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Drogas

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COLUNA
Em vez
HÉLIO PASSOS - hp@brhs.com.br
27.01.2013
DIÁRIO DO NORDESTE



Drogas


Tenho que a questão não é ser contra ou favor da descriminação da droga. Não é nada disso. Sim, todos acompanhamos estar diante de uma guerra perdida, porque os traficantes são bem mais preparados e equipados que a tropa policial, civil ou militar. O tipo da guerra que não se ganha com flores. Os traficantes sabem muito bem que enquanto tiver quem compre, tem que venda o produto maldito. E não será assim que um dia a guerra terminará.

Revisão do problema

Vários especialistas têm dito que o necessário mesmo é uma revisão da forma de tratar o problema. As pequenas vitórias até agora contabilizadas resultam da educação e da informação sobre os perigos que as drogas representam. Não resultam do endurecimento da guerra policial contra o vício. O mais grave, associado à criminalidade violenta, é o caso dos viciados em drogas pesadas que surgem todos os dias. Em nenhum momento houve redução desses casos nas últimas décadas.

Alasca, um exemplo

Quando o Alasca descriminou a maconha, em 1975, o seu uso por adolescentes cresceu de forma dramática e, em 1990, os dirigentes do estado permitiram a volta da incriminação. Outros estados americanos, como o Oregon, o Maine e a Califórnia discriminaram a posse da maconha e o consumo aparentemente não aumentou. As experiências com discriminação na Holanda e na Suíça foram complexas, inconclusivas e, na maioria das vezes, citadas sem conhecimento de causa para reforçar posições emocionais e preconcebidas.

Um pra todos

Sou de uma geração sem drogas e da bola de meia. Fui adolescente no auge do glamour de uma felicidade que existia e nós não sabíamos. Todos fumávamos nosso cigarrinho "Hollywood", "Continental" & Cia. - escondidos, como a cometer um crime - um cigarro para a turma toda, no máximo dois tragos para cada um. No carnaval, quem comandava era o lança-perfume (de metal ou de vidro), procedentes da Argentina, era o máximo, enfeitado pela serpentina ou o confete ("pedacinho colorido de saudade", como na linda marchinha de David Nasser e J. Júnior - 1952). Molhava-se o lenço, cheirava e saía pulando feito um idiota. Ah, que tempos!

Opinião refletida

Tenho sagrado horror à droga. Nunca fui santo, é verdade, mas tive a sorte das boas amizades. O que gostávamos mesmo era de futebol, que a Rádio Nacional transmitia pela voz de Jorge Cury e depois Valdir Amaral. Os comentários eram confiados ao incrível João Saldanha, ou Ary Barroso, com sua gaita e flamenguista doente (Ary foi tudo, compositor, letrista, pianista, locutor, radialista). Mineiro de Ubá, brilhante, conquistou o Rio de Janeiro e o mundo, com "Aquarela do Brasil". Fazia tudo e morreu num domingo de carnaval, dia 9 de fevereiro de 1964, aos 61 anos. É verdade que tem gente que não pode suportar nem os seus vícios, nem os seus remédios. Também é verdade que, diante dos olhos, só vemos os vícios alheios, enquanto os nossos, que não são poucos, estão sempre atrás das costas. Mas não encontro a menor dúvida - é opinião refletida - de que o drogado não é caso de polícia.

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O governador Cid e o contraditório

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O governador Cid e o contraditório



Da coluna Menu Político, no O POVO deste domingo (27), pelo jornalista Luiz Henrique Campos:
O governador Cid Gomes tem inegáveis qualidades como gestor e político. É proativo, não demora a tomar decisões e é pródigo em encontrar soluções viáveis para problemas complexos. No âmbito político possui o mérito de juntar em torno de si forças que em outras ocasiões jamais se aliariam. Foi assim quando prefeito de Sobral, e está sendo como governador do Ceará. Esse perfil lhe tem permitido vitórias sucessivas que marcam a sua carreira política e o colocam atualmente diante da possibilidade de alçar voos nacionais no futuro. Assim, já esteve ao lado de Tasso Jereissati e da ex-prefeita Luizianne Lins quando os dois estavam em alta. Hoje, ambos estão em baixa, mas Cid trata-se de figurinha carimbada no álbum de pessoas próximas a presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.
A história mostra, todavia, que a política não pode ser medida apenas pelo momento. Se Cid conviveu com lideranças que já não mais representam tanto politicamente, e ele está bem, não significa que isso se perpetuará. O legado de um político, muitas vezes, não é marcado somente pelo que realiza em termos administrativos. O futuro, geralmente, costuma ser até mais cruel com quem comete pequenos deslizes que, acumulados, desgastam e estigmatizam uma imagem para sempre. Nesse aspecto, o governador tem o exemplo do irmão Ciro, que se notabilizou por verbalizar pensamentos que, saídos da boca de um político, são fatais. Prova dessa assertiva deu-se com a infeliz declaração sobre a ex-mulher Patrícia Pilar na campanha à presidência de 2002. Para muitos, ele perdeu a eleição ali.
Em termos comparativos, Cid até que não se assemelha tanto ao irmão no sentido de utilizar-se de palavras ou expressões grosseiras. Aqui, acolá, é bem verdade, cede a tentação, como ao falar sobre o procurador do Ministério de Contas, Gleydison Alexandre. Mas isso é raro. Se não mancha sua imagem com essas ações, o governador, por outro lado, tem cometido erros que lhe trazem sérios problemas, criando a pecha de ser arrogante. Além do caso envolvendo o cachê da cantora Ivete Sangalo, podemos citar a viagem da sogra, a circulação indevida sobre a pista de pouso de um aeroporto para se encontrar com a presidente Dilma, entre outras. Sem falar de atos administrativos que simplesmente são ignorados pelo governador, como se não merecessem uma satisfação à população, vide caso dos consignados envolvendo um genro do secretário Arialdo Pinho.
O que se depreende disso tudo é que o governador não parece saber dimensionar bem em alguns momentos o papel de gestor público do indivíduo comum. Dessa forma, vale mais a sua vontade do que propriamente o zelo com a coisa pública. Situação típica de quem não ouve ou não tem quem lhe fale sobre a possibilidade de estar cometendo deslizes. Esse é talvez o grande prejuízo de não se ter uma oposição, seja no parlamento, ou fora dele, nas instâncias partidárias. O poder, sem o contraditório, é o mais perigoso dos brinquedos que se dá ao homem. Sem esse contraponto necessário, as pessoas se acostumam com uma realidade que nem sempre é a mais fiel aos fatos, esquecendo que a diferença entre essa realidade e a ficção é o prazo de validade da gestão em vigor.
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Os malfeitos do governo

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O POVO
O REPÓRTER 27/01/2013

Walter Gomes
 waltergomes@opovo.com.br



Os malfeitos do governo














Malandramente, o PT imputa aos jornalistas, sobretudo do Sudeste e do Distrito Federal, o “furor do denuncismo”. Algumas figuras estrelares do partido vão além na acusação. Para elas, a imprensa brasileira é golpista e atua como linha de frente dos que pretendem desestruturar o governo petista. Assim falavam no período Lula da Silva e repetem na administração Dilma Rousseff. 

Pois bem, veja só. São integrantes da base congressual, com substancial aporte de petistas, que apontam sete erros, graves e médios, do poder central.
Seguem:
1. Afago raro aos aliados;
2. Burocracia preguiçosa da máquina administrativa;
3. Crescimento pífio do PIB (Produto Interno Bruto);
4. Dificuldades de convencer o empresariado a investir;
5. Falta de interlocução eficiente com o Legislativo;
6. Ritmo lento das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento);
7. Volta da inflação.

Sobre a desconfiança dos empreendedores, que leva à retração nos investimentos privados, o mestre Delfim Netto sentencia:
“O governo de Dilma é curioso. Faz tudo certo, mas de modo equivocado.”
Na contabilidade nota 10, o ex-ministro destaca a queda dos juros e as desonerações fiscais feitas ano passado. Na soma das notas que levam ao rebaixamento, critica, principalmente, a prestidigitação das contas públicas para atingir a meta fiscal.
A respeito do que prevê para o amanhã, o interlocutor da presidente e do antecessor usa a verve:
“Com o tempo, até o PT aprende.”
 
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Tempo em sala de aula

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O POVO
ARTIGO 27/01/2013




Tempo em sala de aula









"Valorizar ao máximo o tempo de ensino, eis a chave principal da aprendi-zagem"


Finalmente um dirigente da Educação inicia seu trabalho com um diagnóstico acertado. Segundo matéria do O POVO, o novo secretário de Educação do Município de Fortaleza, Ivo Gomes, apontou a falta de tempo letivo como o principal problema da escola pública de Fortaleza. 

Na realidade, essa falta ou falha é nacional e foi detectada por muitas pesquisas. Assim, na revista Veja de 2 de janeiro deste ano, Gustavo Ioschpe escreveu: “O que importa é aquilo que acontece quando professores e alunos se encontram dentro da sala de aula. A primeira tarefa é fazer com que esse encontro ocorra: zerar as faltas de professores e alunos. A segunda é que o tempo seja bem aproveitado: nada de atrasos, perda de tempo com avisos e bate-papos ou consumo da aula colocando matéria no quadro-negro para a molecada copiar. Aula boa é aquela que começa e termina no horário e é ocupada na sua integridade por discussões relacionadas à matéria...”.

Valorizar ao máximo o tempo de ensino, eis a chave principal da aprendizagem. As escolas particulares de ponta sabem muito bem disso e certas escolas públicas também. O assunto é tão pertinente que mereceu uma ótima discussão de Érico Firmo na sua coluna do dia 17 e uma resposta do professor Francisco Djacyr Silva de Souza que, na edição de 21 de janeiro do mesmo jornal, elencou uma série de dificuldades da escola pública: baixos salários, pobres condições de trabalho, carga horária excessiva, violência na escola, famílias que não auxiliam a construção do saber... Souza tem razão e sabe-se que é árdua a tarefa do professor de escola pública por essas e outras razões. Mas não seria possível professores, diretores, dirigentes, pais e sindicatos reconhecerem a correção do diagnóstico e trabalhar conjuntamente para retirar os empecilhos a um uso integral do tempo de aula?

Não se trata de acusar os professores e os dirigentes disso ou naquilo, mas de encontrar soluções para chegar a um ensino de qualidade. Ter um diagnóstico certeiro é um passo necessário; o segundo passo é haver um consenso sobre o diagnóstico e o terceiro é, conjuntamente, encontrar soluções para eliminar, um por um, os obstáculos. De nada adianta cada parte queixar-se das outras e fincar nas suas posições.

O meio escolar público não está fadado à cultura do atraso, da falta e da estagnação. Bom desempenho de escolas públicas no Enem prova isso. Há ambientes escolares que permitem um aproveitamento integral do tempo de aula; é possível desenhar este ambiente e reproduzi-lo? Nisso os sindicatos de trabalhadores da educação têm um papel importante. A melhor maneira de defender os profissionais da educação é promover uma escola de qualidade.

Um técnico da Secretaria de Educação do Estado disse, certa vez, em alto e bom som: “Ter quatro horas diárias de aula durante 200 dias seria uma revolução”! O que impede aos profissionais da educação de Fortaleza de fazer esta revolução? Juntos podem encontrar as soluções para eliminar os obstáculos.
 
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Prefeito encontra descalabro em Missão Velha

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 o povo
Política
25/01/2013 


MISSÃO VELHA


Prefeito encontra descalabro em Missão Velha


O prefeito de Missão Velha Dr. Tardine (PT) jamais imaginou chegar na prefeitura e constatar os problemas que vem vivenciando nos primeiros 30 dias de mandato. Os recursos depositados nos dias 10 e 20 nas contas do município foram bloqueados e ficaram para pagamentos do INSS e de precatórios. Contas de água e energia atrasadas e cortadas. Carros abandonados, prédios depredados, sem dinheiro em caixa e salário do mês de dezembro dos servidores e cargos comissionados atrasados.

Esse é um pouco do quadro em que se encontra a prefeitura de Missão Velha. De acordo com o prefeito, ao chegar à prefeitura no dia 1º de janeiro, as portas estavam fechadas e o ex-prefeito, Washington Fechine (PSB) sequer deixou as chaves para que as portas fossem abertas. No segundo dia de mandato a prefeitura estava com energia cortada, sem computadores, e a água só não foi cortada porque foi feito parcelamento.

O prefeito afirmou que com relação aos salários já está conversando com o Sindicato dos Servidores Públicos e o Ministério Público para poder encontrar uma solução para o pagamento que deverá ser parcelado. “Infelizmente o município não tem condições de pagar de uma vez, por isso convidamos o promotor de Justiça e o Sindicato dos Servidores para encontrarmos juntos uma solução”, afirmou.

Quanto aos fornecedores em atraso, Tardine avisa que a solução deve ser a mesma. “Deixaram mais de R$ 2 milhões de restos a pagar e vamos aos poucos sanar essas dívidas. Mas isso demora, precisamos de paciência e estamos conversando com o Ministério Público”, afirmou.

Outro problema de Missão Velha é a inadimplência deixada pela gestão anterior. “Estamos inadimplentes com as certidões, e isso está impossibilitando que a prefeitura faça qualquer convênio”, afirmou. Tardine lembra que por conta dessa inadimplência, o município pode perder vários convênios e obras que poderiam ser realizadas ainda este ano.

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NOS HUMANIZARMOS É PRECISO!

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NOS HUMANIZARMOS
É PRECISO!



Nos construímos / reconstruímos humanos(as) pensando, lendo, participando com outros(as), refletindo.
Seria bom, muito bom que os lulistas, principalmente a atual diretoria do SUPREMA, lessem:

Democracia
Contemporânea:
Cidadania participante”.
Valdemar Menezes
(“O Povo” – 06/01/2013)

Valdemar Menezes é lulista!

* “Quantas leis ainda serão necessárias para que todos possam entender que acesso ao texto escrito não é um ato revolucionário, mas um direito?”
* “As praças, as calçadas, as memórias e os corações andam meio vazios de partilhas, qualquer leve movimento pode fazer a diferença para mudar a nossa história”
Ana Paula Rabelo
(E por falar em leitura... - “O Povo” – 15/01/2013)



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OPERADORES(AS) DO DIREITO OU “SÓCIOS” DO ESTADO?

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OPERADORES(AS) DO DIREITO OU “SÓCIOS” DO ESTADO?


O caso das dunas do Cocó, Fortaleza, envolvendo a Procuradoria, tornou público um caso de relações promíscuas...
Vejamos:
Por lei, o advogado público municipal tem direito a receber um salário do município e honorários pagos pela parte que perde a questão ou faz o acordo.
Não somos nós que decidimos pela composição. É o administrador (o prefeito). Nosso trabalho é no sentido contrário’, explica.
A prefeitura tem 67 procuradores e os honorários do TAC são divididos, igualmente, entre os integrantes da APMF”.
Vertical, “O Povo” – 23/01/2013

Estes(as) Procuradores(as) são operadores do Direito a serviço do Estado Democrático de Direito ou “sócios” do Estado da República Federativa do Brasil? Por quê?

Omissão é conivência!
Participe!
Vamos juntos desprivatizar o Estado da República Federativa do Brasil!
Faça sua parte!

Acesse:
http://candido-reflexoes.blogspot.com
http://maracanau-reflexivo.blogspot.com

Facebook: Cândido Pinheiro Pereira Pinheiro
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MPF investigará acúmulo de cargos

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DIÁRIO DO NORDESTE
24.01.2013

BANCO DO NORDESTE


MPF investigará acúmulo de cargos


Em pouco mais de quatro meses à frente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Ary Joel Lanzarin já está no foco de uma investigação do Ministério Público Federal do Ceará (MPF/CE), que instaurou, na última terça-feira (22), um procedimento administrativo para averiguar a informação de que o atual presidente do Banco acumulava cargos e recebia pagamentos de duas instituições privadas.


A assessoria de comunicação do BNB disse que o presidente aguardará o MPF se pronunciar FOTO: DIVULGAÇÃO

A informação vem sendo divulgada pela imprensa desde o dia 20 deste mês e o próprio presidente do BNB confirmou o recebimento de R$ 13 mil mensais para participar do Conselho Fiscal das empresas Magazine Luiza (R$ 7.500) e Alelo (R$ 5.500), administradora de cartões do Bradesco, em parceria com o Banco do Brasil. Segundo Lanzarin, o fato ocorreu devido a "um ato falho da governança do banco (BNB), que não me avisou (da proibição de ser conselheiro fiscal) quando assumi a presidência, (em 06 de setembro do ano passado)".

O parágrafo 26º do estatuto do BNB, diz que "sob pena de perda do cargo, não poderão o presidente e os diretores exercer qualquer outra atividade no serviço público, em empresas privadas ou como profissional liberal, salvo se por determinação expressa do presidente da República ou do ministro da Fazenda". Após saber da proibição, Ary Joel Lanzarin pediu desligamento dos dois conselhos e disse que devolveria os cerca de R$ 54 mil recebidos das instituições privadas, desde que assumiu a presidência do Banco do Nordeste.

Investigação

De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal do Ceará, o procedimento administrativo foi instaurado para apurar se houve ou não irregularidades no acúmulo de cargos e recebimento de pagamentos de empresas privadas por parte do presidente do BNB. A procuradora Nilce Cunha Rodrigues ficará responsável pelo procedimento administrativo, mas ela está de férias e só retornará ao trabalho no próximo dia cinco de fevereiro.

Já a assessoria de comunicação do BNB informou que o presidente da instituição "vai aguardar o pronunciamento do Ministério Público Federal e vai responder diretamente àquele órgão sobre o período em que participou do Conselho Fiscal das empresas Magazine Luiza e Alelo". 



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Quem quer aparecer?

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JORNAL O POVO 
OPINIÃO 
ARTIGOS
24/01/2013


Quem quer aparecer?








Os Ferreira Gomes costumam arreliar-se quando chamados de “provincianos”. Têm razão quando isso manifesta preconceito contra aqueles procedentes de cidades interioranas, pois o provincianismo, no sentido de “mentalidade atrasada”, é um mal que não escolhe a origem das pessoas.
 
Pelo menos os de atividade pública, os Ferreiras Gomes têm o sestro de achar que todos os discordantes de seus procedimentos são mal-intencionados, corporativos, quando não “ladrões”,“vagabundos”, “babacas” ou “burros”, nos dizeres do mais descortês entre eles.

Agora, eles são éticos, honestos, dedicados ao serviço público (poderiam estar, pensam, ganhando muito dinheiro na iniciativa privada, mas escolheram servir o povo, etc.), por isso tudo o que fazem precisa ser aceito reverencialmente, sem questionamentos impertinentes.

Cid Gomes, o governador, que por algum tempo manteve comportamento de estadista, parece estar escorregando para uma verborragia inócua, não fosse prejudicial à democracia. Como menosprezar o Ministério Público, classificando o procurador-geral de Contas do Estado, Gleydson Alexandre, de “garoto que deseja aparecer” e, para isso “fica criando caso”.

O “caso” que Alexandre criou foi questionar o cachê de R$ 650 mil (mais de meio milhão de reais) pagos a Ivete Sangalo para cantar na inauguração do Hospital Regional da Zona Norte, em Sobral, terra dos Ferreira Gomes. Quem quereria aparecer mais, pode-se perguntar, o procurador ou o governador e seus correligionários, que pegaram carona para discursar à multidão reunida para ver a cantora baiana?

Em questão de mania de grandeza, poder-se-ia lembrar do show de Plácido Domingo, que, pela bagatela de R$ 3,3 milhões, cantou para três mil escolhidos do governador (ou seja R$ 1.100 por convidado) na inauguração do Centro de Eventos.

Mas, em matéria de aparecer, continuam imbatíveis as voltas que o governador deu, em uma motoneta amarela (sem capacete), durante a campanha eleitoral de seu candidato à Prefeitura de Fortaleza.
 
Plínio Bortolotti
plinio@opovo.com.br 
Diretor institucional do Grupo de Comunicação do O POVO
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NOTA DE REPÚDIO

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JORNAL O POVO
 PÁGINA 11
 24/01/13

NOTA DE REPÚDIO


A ASSOCIAÇÃO CEARENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (ACMP) vem a público manifestar o seu veemente repúdio contra as declarações prestadas na imprensa pelo governador Cid Ferreira Gomes contra o Procurador-Geral do Ministério Público de Contas Gleydson Antônio Pinheiro Alexandre.

É público e notório que o Procurador Gleydson Antônio Pinheiro Alexandre exerce as suas funções com dedicação, zelo, honestidade e competência, destacando-se, particularmente, pela atuação firme e independente na defesa da probidade administrativa.

Por essa razão, causou indignação a todos os que fazem o corpo de associados da ACMP a atitude do governador do Estado do Ceará, em relação à atuação do Procurador Gleydson Alexandre, no caso da contratação da artista Ivete Sangalo para realização do show de inauguração do Hospital Regional da Zona Norte, ao declarar: "O que é o (procurador-geral do) Ministério Público de Contas? É um garoto que deseja aparecer e fica assim criando caso. O MP é uma parte. Ele entrou com uma ação, o presidente do Tribunal indeferiu e aí, pra ganhar mídia, pra ficar aparecendo na imprensa, fica fazendo recurso"; ocasião em que faltou com o devido respeito ao membro do Ministério Público de Contas (MPC), revelando um lamentável desprezo para com a instituição, que bravamente atua na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais homogêneos no âmbito do TCE/CE (art. 130 da Constituição Federal).
       
Diante do exposto, a ACMP REPUDIA as declarações do Sr. Cid Ferreira Gomes, momento em que exalta a atuação de seu associado Gleydson Antônio Pinheiro Alexandre, Procurador-Geral do Ministério Público de Contas, que pela maneira correta com que sempre desempenhou as funções do cargo que ocupa, demonstra ser responsável e consciente de sua difícil, mas dignificante missão .

Fortaleza/CE, 24 de janeiro de 2013.
    
    A DIRETORIA
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CEARÁ DE PAZ

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CEARÁ DE PAZ

Convite

Todos e todas que fazemos o “Ceará de Paz” convidamos para a reunião do “Ceará de Paz” de janeiro.
O “Ceará de Paz” reúne-se no último domingo do mês, e em janeiro, será na Vila Manoel Sátiro, Fortaleza.

DIVULGUE! PARTICIPE!

O “Movimento Ceará de Paz” é uma articulação de Dom Edmilson, coordenação de Erotildes Honório e secretaria de Agnor Gurgel.
É um movimento plural, democrático, que trabalha a inclusão...
O “Ceará de Paz” é político, mas não partidário...
Participam do “Ceará de Paz”, entre outros e outras, a juíza Graça Quental, a jornalista Fátima Limaverde, a atual presidente da SOPOEMA Irmã Leides, Vânia Paixão, Pastor Sinval, Geraldo, Fernando Evangelista, Profa. Salete, Eudes (Fotógrafo), Cláudia, Arlinda, Carlos da Pastoral, militantes do MAP (Edmundo, Prof. Cândido, Luís Leão, Toinho do Genibaú, Fátima Índia, Francisca da Messejana, Jânio do PPS...).
Roberto Monteiro, quando secretário de Estado no Ceará, participava, mensalmente, das reuniões do “Ceará de Paz” e apoiava o MAP.
Você também será bem-vindo(a) ao “Ceará de Paz”!

Dia: 27/01/2013
Local: Igreja N.S. das Graças – Rua Fernando Farias de Melo, Vila Manoel Sátiro, Fortaleza.
Horário: 14 às 17 horas.

A Casa de Apoio do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO) que abriga pacientes carentes provenientes de outros municípios que estão em tratamento, faz campanha para receber lençóis. Quer doar? Ligue para 3521.1538 e fale com Rony e saiba como proceder”.
Transcrição do Bric-a-Brac Inês Aparecida
O Povo” – 20/01/13
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O apoio dos comunistas

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SONIA PINHEIRO 19/01/2013
Diário do Nordeste

 O apoio dos comunistas

...E OPOSITORES às postulações de Renan Calheiros (foto) e Henrique Eduardo Alves às presidências do Senado e da Câmara Federal, respectivamente, andam perplexos e atordoados com a decisão adotada pelo PCdoB.

POIS BEM: os comunistas anunciaram que apoiarão as duas candidaturas.

NO CAPÍTULO: por conta das últimas denúncias veiculadas na press, envolvendo os dois aspirantes com o uso irregular de verbas públicas, a oposição nutria a esperança de contar com o apoio das bancadas da sigla nas Câmaras Alta e Baixa.

MAS (SNIFF) perderam essa confiança pós-costura do ministro Aldo Rebelo.

E, ASSIM, Calheiros e Alves já contabilizam em seus caderninhos os votos do senador Inácio Arruda e dos deputados federais Chico Lopes e João Ananias.

CAPÍTULO SEGUINTE

Do speech-torpedo de Ciro: “Se eu fosse envolvido num escândalo como o do Renan Calheiros ou do José Genoíno, me matava ou me escondia na Serra da Meruoca (CE) para ninguém olhar mais na minha cara. Isso é uma questão de ética”-torpedeou.
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De Debret a D.

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LEIA!


REFLITA!


MIRIAM                                      
LEITÃO
Diário do Nordeste
Fortaleza, ceará -  sábado, 19 de Janeiro de 2013

De Debret a D.
A cena urbana brasileira traz vestígios de uma sociedade que viveu 300 anos com a escravidão, tão evidentes sinais que se banalizaram e raramente os percebemos. Uma família entra no restaurante com os senhores à frente, o casal mais jovem um pouco atrás, e depois de todos vem a babá vestida de branco segurando a criança. A cena em tudo lembra os quadros de Debret.
Esse é o valor da nota do Ancelmo Gois esta semana sobre a proibição dos clubes Caiçaras e Paissandu de entrada de babás não uniformizadas em suas dependências. O Jockey e o Piraquê fazem a mesma exigência. Ao colocar o dedo na ferida, a coluna do meu colega abriu a boa polêmica. O branco usado pelas babás tem o objetivo de marcar a divisão entre as pessoas e deixar explícito a que grupo social elas pertencem. Como disse D., que aos 37 anos tem 20 anos de trabalho, a roupa branca não é prática. Ela reclama também da falta de nome próprio. “As crianças só nos chamam de babá.”
D., que não disse o nome por motivos óbvios, desconfia que a cor escolhida “é para separar empregadas de patroas”. Desconfiança acertada a de D. A cena descrita no primeiro parágrafo desta coluna é costumeira nos restaurantes da Zona Sul do Rio e em outros centros urbanos brasileiros.
Os clubes reagiram e disseram que não é discriminação, mas padronização. Que padrão? Uma sócia do Paissandu disse que se houver algum acidente com a criança a babá será facilmente identificada. Argumento desprovido de sentido.
O Brasil é o país que tem maior número de empregadas domésticas do mundo, segundo recente estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). São mais de 7 milhões de pessoas; 93%, mulheres; 61%, negras. Mais de 350 mil têm entre 10 a 17 anos. O Brasil não ratificou a Convenção 189, da OIT, que estabelece a obrigatoriedade de estender aos empregados domésticos os direitos de todos os trabalhadores.

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O sucesso é um mau professor, ele induz as pessoas a pensarem que nunca podem perder.

Bill gates


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Declaração de princípios

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ARTIGO 12/01/2013


Declaração de princípios


Desde a adolescência, as ideias de Deus e de vida pós-morte pareciam-me estranhas. Os ritos religiosos e o comportamento dos líderes religiosos, também. Tais inquietações não me levaram a niilismo, ceticismo ou rebeldia vazia, mas despertaram o prazer das investigações poéticas, históricas e filosóficas.
Mayacovski, Neruda, Lorca e Drummond encheram-me de humanismo, socialismo e beleza. Hobsbawn e a história marxista inglesa do trabalho, Foucault e a história francesa de costumes e o conhecimento das guerras econômicas colonial-imperialistas e das explorações de classe encaminharam-me para a defesa de ideias críticas.


Havia muito idealismo e coragem, pois os anos eram de chumbo e o Brasil vivia Ditadura Militar. Mas não me fanatizei ou dogmatizei e, desde então, adoto o campo da esquerda progressista e as práticas de políticas sociais, em educação e saúde públicas, sem vínculo partidário. 


Desafio-me a adequar os conhecimentos à produção de uma teoria própria sobre consciência, comportamento e saúde mental. Descobri Sartre, Marx, Lukacs, Gramsci, Poulantzas, Schaff, além de pensadores que tomavam a dialética histórica como fundamento ou parte do diálogo interteórico: Leontiev, Vigotski, Politzer, Sève, Fanon, Campana, Moffatt. 

Creio na capacidade humana de produzir bondade e maldade, por meio das condições que inventa, se acomoda e pode subverter. Creio que inteligência, criatividade e solidariedade são nossos destinos, ambiente e condição ótima de existência.

Creio que a liberdade só pode ser plenamente exercida com responsabilidade. Sou contra guerra, pena de morte, terrorismo, ditadura, fanatismo e a discriminação de pessoas por qualquer motivo.


Em Filosofia, a dialética histórica; em política, o socialismo democrático; existencialmente, o humanismo solidário. Religião vem do latim, re-ligare, busca de unidade imanente-transcendente, objetivo-subjetivo, concreto-abstrato. As crenças que formulei constituem minha religião, consciente, informada, compromissada e leiga.

José Jackson Coelho Sampaio
jose.sampaio@uece.br 

Professor Titular em Saúde Pública e reitor da Uece
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Democracia contemporânea: cidadania participante

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O POVO-  Jornal de Hoje
TENDÊNCIAS- ENSAIO 
06/01/2013


Democracia contemporânea: cidadania participante

Fortaleza assistiu há poucos dias à primeira manifestação local e concreta da democracia participativa, tal como prevista em sua Lei Orgânica Municipal (LOM). Tratou-se do acionamento do instrumento do veto popular por cidadãos preocupados com a depredação da área destinada ao Parque do Cocó. De acordo com a iniciativa, ficam proibidas edificações de obras de interesse privado em todo o território da reserva ambiental do Cocó. 

Questões como a construção do Aquário; a utilização da área da Praia Mansa; a nova ponte sobre o rio Cocó (que afetará o meio ambiente); a definição de uma vez por todas da data aniversária de Fortaleza; a gratuidade dos estacionamentos públicos; a proibição de circulação de veículos particulares no Centro histórico e tantas outras questões já formam um respeitável elenco de decisões à espera da manifestação direta do cidadão fortalezense, ou do cearense, em geral. Outras, inevitavelmente surgirão, à medida que grandes intervenções públicas ou privadas tragam conflitos de interesses lesivos à coletividade.
O veto popular, assim como a iniciativa legislativa popular, o referendo e o plebiscito são mecanismos destinados a viabilizar a intervenção direta do cidadão na vida política e administrativa, correlatamente com as instâncias formais do poder. Sua fundamentação está no Art.1º.§ Único da Constituição Federal: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. O termo “diretamente” institui a democracia participativa, ou direta. Apesar de previstos na Carta Magna, esses instrumentos têm tido sua efetivação procrastinada nos três níveis de poder: municipal, estadual e federal. No entanto, o futuro da democracia depende de suas implementações.
Chegou a hora, a partir do município (laboratório por excelência para o teste das novas formas institucionais) de se recorrer mais a esses instrumentos. Dessa forma, o cidadão se sentirá mais motivado a participar da vida política e a assumir, corresponsavelmente, os resultados de suas próprias opções políticas. Tomando parte nas decisões administrativas, poderá melhor defender os interesses da coletividade e será levado também a conhecer por dentro os limites orçamentários e a selecionar as prioridades, de forma a otimizar a utilização do dinheiro público. Da parte do gestor realmente comprometido com o interesse público, compartilhar responsabilidades será um alívio, pois a própria comunidade terá noção dos limites da administração e aprenderá a fazer cobranças realistas.
Longe de ser uma coisa de outro mundo, esse procedimento é mais do que secular, na Suíça, e comumente utilizado em outros países. Isso acontece, também, em 12 estados da federação americana. Nos EUA, costuma-se aproveitar as eleições convencionais para acoplar plebiscitos e referendos sobre questões locais, inclusive o plebiscito revogatório de mandato (recall). Com isso, dá-se vitalidade à democracia que, na sua forma exclusivamente representativa, está quase totalmente esvaziada pelo formalismo da representação. O eleitor não se sente, de fato, representado e se frustra, cada vez mais, com a atuação autônoma de seus representantes e pela percepção de que as decisões reais passam longe das urnas.
Por que não podemos fazer o mesmo, aqui, pondo em prática a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica Municipal, que preveem a democracia participativa? Desde já, é preciso estabelecer o princípio de que projetos polêmicos - sobretudo os que causam forte interferência na vida de uma comunidade e dividem opiniões - devem ser levados à consulta direta dos cidadãos. Depois da urna eletrônica, não há dificuldade técnica em colher o voto do eleitor. Para diminuir os custos das consultas, estas podem ser preferencialmente (mas não exclusivamente) acopladas às eleições convencionais, realizadas a cada dois anos, no Brasil. É preciso fazer disso uma rotina.
Com isso, cria-se a cultura participativa, cujo desenvolvimento redundará na afirmação da cidadania atuante, proporcionando, simultaneamente, a revitalização do próprio regime democrático. Só assim poderemos ter cidadãos plenos, inteiramente responsáveis pelo destino de nossa Cidade, de nosso Estado (pois esses instrumentos também precisam ser acionados no âmbito estadual) e de nosso País.
Não há mais tempo a perder, visto que essa forma contemporânea de democracia jaz como letra morta, há um quarto de século (a Constituição fará 25 anos este ano), impedida de ser efetivada pela resistência interesseira dos que temem perder o monopólio decisório em consequência do arejamento político e administrativo trazido pelo cidadão consciente e participante.
 Valdemar Menezes
opiniao@opovo.com.br
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Obama chora loucura americana

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OPINIÃO- ARTIGO
 06/01/2013

Obama chora loucura americana

O instinto de morte, "sempre prestes a explodir", é encoberto pela superficialidade no consumo
O presidente dos EUA, Obama, ao comentar o mais recente morticínio no seu país, não conteve as lágrimas. A imprensa mundial se resume a mostrar a repetição de atrocidades, que quase já são anunciadas para o mês seguinte. Creio que existe uma espécie de furor assassino e guerreiro inscrito na mentalidade cultural norte-americana. O assassinato de presidentes desde Lincoln a Kennedy não inclui outros que morreram em consequência de atentados, mostrando a dimensão da belicosidade na intimidade política daquele país. 

A nação líder do capitalismo mundializado lidera as guerras de dominação no mundo, possui a estrutura militar mais sofisticada do planeta, enquanto sua indústria supre a maior parte do mercado mundial de armas. A consciência social impregnada de competitividade destrutiva transforma cada indivíduo num Narciso, em cujo espelho está a imagem de James Bond.


A violência brasileira tem origem na pobreza, a violência islâmica mistura política, pobreza e religião, enquanto nos EUA a riqueza armada até os dentes transtorna a mente narcísico-fetichista. Os fetiches da arma e do dinheiro são alimentos ingeridos pela mente, onde predomina a vaidosa arrogância. Qualquer descontentamento pode açular o guerreiro vingador que mata para gratificar a constante frustração, produzida na sociedade do trauma por diferenças mínimas.


Em 1927, um homem matou 57 pessoas numa escola norte-americana inconformado com as notas que o colégio atribuíra ao filho. O número exato de soldados norte-americanos que após retornarem das inúmeras guerras promovidas pelo seu país matam a família inteira por qualquer discussão trivial nunca foi exposto pela imprensa americana desde a Proclamação da Independência. O mercado interno da indústria armamentista nutre clubes de tiro e colecionadores de arma, espalhados por todo o território nacional, estimulando constantemente o narcisismo assassino latente na sociedade e no indivíduo.


O instinto de morte, “sempre prestes a explodir”, é encoberto pela superficialidade no consumo, ao lado da permanentemente proclamada defesa da liberdade e do direito individual. O individualismo e narcisismo exacerbados combinam-se com a ideia de aumento do patrimônio e da riqueza como único objetivo da vida. O economista norte-americano Gary Becker, prêmio Nobel, demonstrou, segundo o gosto acadêmico nacional pelas estatísticas, que as relações afetivas familiares e entre marido e mulher são substituídas pelo puro interesse custo-benefício; portanto, a mulher passa a valer pelo dote em dinheiro, enquanto o homem é prestigiado pelo patrimônio familiar.


Dentro desse sistema político, cuja virulenta cultura se espalha pelo mundo como american way of life, o ser humano busca abrigo nas religiões salvacionistas que também trocam o céu pelo dinheiro! Obama, que já esbarrou no conservadorismo político ao tentar implementar seu programa de saúde, agora esbarra na indústria bélica ao propor a limitação de vendas de armas aos cidadãos. O caldeirão da bruxa armamentista produz fetiches, mas o feitiço se volta contra o feiticeiro.

Valton de Miranda Leitão
valtonmiranda@gmail.com 

Psicanalista
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Desafios e problemas de hoje

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O POVO-  Jornal de Hoje
OPINIÃO- ARTIGO
 06/01/2013

Desafios 
e problemas de hoje


"Vivemos num mundo em que episte-mologica-mente se tem cada vez menos certezas"

É comum na passagem de um ano a outro que as pessoas se perguntem onde estamos, para onde vamos no novo ano. O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos tem ajudado em seus escritos e conferências nessa tarefa apontando para as sete grandes ameaças do mundo de hoje:

1)A desconsolidação da democracia: esvazia-se a democracia. Votamos no que é menos importante na medida em que as grandes decisões não passam mais pelo jogo democrático. O sonho de uma democracia social está desaparecendo e conquistas que pareciam irreversíveis mostram-se agora inteiramente vulneráveis: direitos sociais são sistematicamente eliminados. Parece que só resta a “praça” como o único espaço público não colonizado pelas instituições vigentes. O que se reivindica é simplesmente a “democracia real” uma vez que o ideal democrático que impregna nossas sociedades não foi efetivado. Isso exige novas formas de militância política;


2) A desorganização do Estado ou sua reorganização: O Estado de Bem-Estar dos cidadãos se transformou no Estado de Bem-Estar das empresas e de seus lucros. A grande mudança foi a do financiamento do Estado: passou-se dos impostos para o crédito. Fez-se uma guerra violenta à tributação. Nesse contexto entram, então, os bancos para emprestar crédito aos Estados agora incapazes de cumprir as exigências do Estado Social. Isso provoca o grande problema do endividamento que está destruindo a Europa sem guerra;


3) A destruição da natureza: essa é a fonte da grande crise que toca a humanidade, porque destrói as próprias fontes da vida. Esse processo tem muitas facetas. Uma delas é que a terra e a água se transformaram em bens absolutamente centrais. Daí a nova onda de concentração: há países e empresas, inclusive, brasileiras, comprando, por exemplo, na África enormes extensões de terra para estocar;


4)Desvalorização do trabalho: a afirmação básica é que na fase atual do capitalismo ele perdeu sua importância a partir da desmaterialização da produção através das ciências e das novas tecnologias. Na realidade estão renascendo formas de trabalho semelhantes ao trabalho escravo e a distinção entre trabalho pago e não pago desapareceu com o novo padrão tecnológico. Grande parte do novo trabalho é realizado em casa. Quem paga?


5) Mercantilização do conhecimento: as universidades têm que produzir o conhecimento que tem valor de mercado. Que lugar têm as humanidades nesse modelo? Cada vez mais decresce sua importância. Há aqui um novo tipo de tensão: vivemos num mundo em que epistemologicamente se tem cada vez menos certezas, mas a mercantilização exige certezas;


6)Criminalização do movimento social: hoje protestar contra políticas injustas pode ser crime o que tem marcado a vida de muitos líderes sociais;


7) Re-colonização das diferenças. A humanidade se tornou una pela planetarização da civilização técnico-científica. Isso nos levou a conhecermos hoje muito mais diversidade cultural, a vivermos em sociedades multiculturais, mas colocamos as diferenças numa hierarquia e discriminamos o que se afasta do padrão. Com tudo isso é o próprio destino da humanidade que se torna tarefa comum.

Manfredo Araújo de Oliveira
manfredo.oliveira@uol.com.br
Filósofo e professor da UFC

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