PAZ! QUE PAZ?
São muitas as informações / afirmações de que a violência vem aumentando no nosso país (Brasil). Será verdade?
Ou trata-se de uma “verdade”, como muitas outras, como a que “o Brasil foi descoberto”?
Este poema de Artur Eduardo Benevides pode e deve nos ajudar na busca da verdade sobre o tema “Violência no Brasil”. Leia! Reflita! Comente! Divulgue!
Notícia da Última Volante
Começou a madrugada.
Soam patas pela estrada.
A noite se consumou.
Há luzes nas camarinhas.
Vozes nas salas vizinhas.
A Volante já chegou!
Escondam nossos dinheiros.
Escondam gado e carneiros
e os velhos bancos de couro
que foram do bisavô.
Ai, meninas estupradas
e damas violentadas!
Ai, fazendas invadidas
e terríveis investidas!
O sertão todo padece,
quando a Volante aparece.
No calcanhar da desgraça
é qual demônio que passa.
Escondam a prata e o ouro.
Escondam o vinho e as comidas
e as velhas peças luzidas:
a Volante já chegou!
As nossas moças-donzelas
deixem a varanda e as janelas.
Acabou-se a nossa festa.
Agora pouco nos resta.
E sem boi e sem cavalo,
sem honra, fama ou regalo,
as casas-grandes se irritam
e se desditam.
E ela mata, exata.
Andando e desmandando.
É fria. Insensata.
É um dragão chegando.
Sob a alça de mira
Toda a tropa atira.
Pisoteia. Incendeia.
E matar é um lazer.
Se pune, é imune:
é o Poder.
E jamais sossega.
Seu clima é a refrega.
E cospe e tripudia
sobre a sesmaria.
Ao som de suas patas
estremecem as matas.
Estremece o chão
em vasta solidão.
E ninguém a esquece.
Sua lenda cresce
em cruel afã.
A trágica Volante
ódio navegante,
filha de Satã.
e em constante vaivém
- andante e delirante –
- suas glórias mantém.
Melhor – por que não? –
tratar com Lampião.
Volante e cangaço
seguem o mesmo passo.
Em rudes cavalgadas
humilham as moradas.
E batalham. E gargalham.
São almas danadas.
(Canto de Amor ao Ceará, Fortaleza, Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará, 1985, p. 69)
A reunião do “Ceará de Paz” de outubro será na Pajuçara. Divulgue! Agende sua participação!
São muitas as informações / afirmações de que a violência vem aumentando no nosso país (Brasil). Será verdade?
Ou trata-se de uma “verdade”, como muitas outras, como a que “o Brasil foi descoberto”?
Este poema de Artur Eduardo Benevides pode e deve nos ajudar na busca da verdade sobre o tema “Violência no Brasil”. Leia! Reflita! Comente! Divulgue!
Notícia da Última Volante
Começou a madrugada.
Soam patas pela estrada.
A noite se consumou.
Há luzes nas camarinhas.
Vozes nas salas vizinhas.
A Volante já chegou!
Escondam nossos dinheiros.
Escondam gado e carneiros
e os velhos bancos de couro
que foram do bisavô.
Ai, meninas estupradas
e damas violentadas!
Ai, fazendas invadidas
e terríveis investidas!
O sertão todo padece,
quando a Volante aparece.
No calcanhar da desgraça
é qual demônio que passa.
Escondam a prata e o ouro.
Escondam o vinho e as comidas
e as velhas peças luzidas:
a Volante já chegou!
As nossas moças-donzelas
deixem a varanda e as janelas.
Acabou-se a nossa festa.
Agora pouco nos resta.
E sem boi e sem cavalo,
sem honra, fama ou regalo,
as casas-grandes se irritam
e se desditam.
E ela mata, exata.
Andando e desmandando.
É fria. Insensata.
É um dragão chegando.
Sob a alça de mira
Toda a tropa atira.
Pisoteia. Incendeia.
E matar é um lazer.
Se pune, é imune:
é o Poder.
E jamais sossega.
Seu clima é a refrega.
E cospe e tripudia
sobre a sesmaria.
Ao som de suas patas
estremecem as matas.
Estremece o chão
em vasta solidão.
E ninguém a esquece.
Sua lenda cresce
em cruel afã.
A trágica Volante
ódio navegante,
filha de Satã.
e em constante vaivém
- andante e delirante –
- suas glórias mantém.
Melhor – por que não? –
tratar com Lampião.
Volante e cangaço
seguem o mesmo passo.
Em rudes cavalgadas
humilham as moradas.
E batalham. E gargalham.
São almas danadas.
(Canto de Amor ao Ceará, Fortaleza, Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará, 1985, p. 69)
A reunião do “Ceará de Paz” de outubro será na Pajuçara. Divulgue! Agende sua participação!
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