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VIDAS SECAS

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Diário do nordeste
opinião

IDEIAS
30.03.2013

Vidas secas

Quando a seca chega no sertão nordestino, fenômeno natural bastante conhecido e estudado desde o século XVI, fica evidente que o problema é fundamentalmente de ordem política. A tragédia da seca encobre interesses escusos daqueles que têm influência política ou são economicamente poderosos, que procuram eternizar o problema e impedir que ações eficazes sejam adotadas. Utilizam-se do clamor dos flagelados para captar recursos do Estado em benefício próprio, com o pretexto de combater as mazelas do fenômeno climático. Como se a estiagem fosse algo novo e imprevisível, ensaiam de forma orquestrada o enredo da tragédia tendo como pano de fundo os tons marrons da terra seca, dos galhos retorcidos e os olhos tristes e famintos de homens e animais. Os prefeitos atores principais da trama decretam logo de imediato Estado de Emergência e alardeiam o caos generalizado. Em seguida os governadores convoca secretários, deputados e senadores e todos enfileirados em um só coro marcham rumo a Brasília. O governo lança de forma emergencial um pacote de medidas que chega a ser risível diante da vasta produção científica a cerca de como se conviver com o semiárido. Além da vontade política é preciso também a mobilização da sociedade. Enquanto o povo nordestino aceitar passivamente a perpetuação de práticas assistencialistas e do clientelismo que assume novas formas, mas mantém sua essência no trato da estiagem, o quadro dantesco se repetirá. Enquanto a solidariedade pontual e os bálsamos emergenciais baseados na distribuição de água e comida continuarem a prevalecer, nada vai mudar de verdade.
Sergiano de Lima Araújo
Geógrafo, professor da Uece
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PPS propõe renúncia coletiva na Comissão de Direitos Humanos

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O POVO
POLÍTICA
29/03/2013


DIREITOS HUMANOS 
PPS propõe renúncia coletiva na Comissão de Direitos Humanos
Estratégia funcionaria como pressão para levar o deputado Marco Feliciano, do PSC, a deixar a presidência da Comissão, que está sem conseguir funcionar desde que ele assumiu o comando. Feliciano é acusado de homofóbico

Para pôr fim ao clima de confronto que vem tumultuando os trabalhos da Câmara Federal, o PPS decidiu entrar com processo no Conselho de Ética contra o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), por quebra de decoro parlamentar e sugeriu a renúncia coletiva dos membros da Comissão de Direitos Humanos. “Precisamos acabar de vez com a situação vexatória vivida na a Câmara desde a eleição do pastor para presidir o colegiado”, explicou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).


A ideia, com a renúncia coletiva, é abrir novo processo de escolha do presidente da comissão e forçar o afastamento de Feliciano, eleito para o cargo no início do mês. Acusado de posições racistas e homofóbicas, o pastor tem sido alvo de uma onda de protesto de movimentos sociais e de artistas contra sua permanência no cargo. A representação no Conselho de Ética será protocolada na próxima terça-feira. No mesmo dia, o colégio de líderes dos partidos na Câmara fará uma última tentativa de convencer Feliciano a renunciar.


Apoiado por seu partido, o PSC e pela frente parlamentar evangélica, Feliciano, todavia, já avisou que não renuncia “de jeito nenhum” e desafiou o colégio de líderes a retirá-lo do cargo. Diante da intransigência do pastor, o deputado informou que não há mais espaço para um acordo político que resolva a questão. “Nós temos instrumentos para resolver o imbróglio. A situação é insustentável, a ponto de o pastor mandar prender quem exerce o direito da livre manifestação. Passou do limite do admissível”, afirmou Jordy.


Ele explicou que a renúncia de metade e mais um dos membros da comissão forçaria uma nova composição do colegiado e uma nova eleição para a escolha do presidente. Além da acusação de racismo e homofobia, o pastor, segundo o PPS, precisa explicar denúncias de uso irregular de verbas de sua cota na Câmara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro público escritórios de advocacia, em processos de interesse pessoal. O pastor nega a acusação.
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Cachoeira de Missão Velha já é atração

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RegionaL
dIÁRIO DO nORDESTE
29.03.2013

CHUVAS NO CARIRI
Cachoeira de Missão Velha já é atração
Considerada cartão-postal da cidade, a corredeira já acumula água após chuvas de 264 milímetros

A queda d´água tem 12 metros e é considerada o portal de entrada do processo civilizatório na região FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS
Missão Velha. Um espetáculo de rara beleza na região é proporcionado durante as chuvas de março no Cariri. A Cachoeira de Missão Velha, o portal de entrada do processo civilizatório da região, é um dos mais belos postais. A queda d´água de 12 metros atrai para o local turistas de várias localidades durante esta fase do ano.
Formada pelo Rio Salgado, a cachoeira fica a 3 quilômetros da cidade e integra o Geopark Araripe. Neste ano, mesmo com as chuvas na localidade, que chegam a mais de 260 milímetros, e em outras cidades da região, ainda é pouco o acúmulo de água nos reservatórios. No Cariri, devido à incidência das chuvas que caíram no últimos dias, a gerencia regional da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) fez análises de monitoramento das vazões dos açudes e poços artesianos tubulares profundos. Mas ainda não houve precipitações suficientes para recarregar significativamente nenhum dos reservatórios. Todos estão com volume hídrico abaixo do satisfatório.

Pouca água
No açude Quixabinha é onde a situação é mais crítica. O maior açude da região, o Thomaz Osterne de Alencar, o Umari, está com apenas 4.800 mil metros cúbicos, o que corresponde a 16% de sua capacidade. O açude, com a escassez de chuvas este ano, chegou a 10% de sua capacidade, uma das mais baixas das últimas décadas.

Atualmente, quantidade de água que passa pela bacia hidrográfica do Rio Salgado está sendo supervisionada através da estação de monitoramento de Icó. Um dos pontos onde a vazão é maior é na Cachoeira de Missão Velha, que após 264 milímetros de chuvas, em uma semana, já apresenta forte correnteza. A população local aproveita a modificação do cenário raro para pescar e tomar banho nas águas do Rio Salgado. Outra área em que o acúmulo de água também foi significativo é a passagem do Rosário, no Município de Milagres. No Crato, apesar de ainda estar em obras, o Canal do Rio Granjeiro continua resistindo às chuvas. No momento, a Cogerh está realizando uma campanha de análise e qualidade das águas dos reservatórios.
Mesmo com as chuvas ocasionadas em março deste ano, a previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é que o inverno fique abaixo da média este ano, mas os agricultores aproveitam para encher reservatórios, principalmente para matar a sede dos animais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Crato, Chico Alves, caso não houvesse chuva até o dia de São José, no 19 último, sequer daria para colher as plantações que restaram de milho e feijão. A grande preocupação seria a perda dos animais, já que muitos estavam morrendo de sede e fome, pela falta do pasto.

Alimento do rio

Mas, além do espetáculo proporcionado aos moradores e turistas na cidade de Missão Velha, alguns aproveitam o grande volume de águas para obter o peixe da ceia da Semana Santa, como é o caso do agricultor, Cícero Francisco Brito, morador da localidade. Ele disse que, neste ano, mais uma vez, mesmo com as dificuldades, terá a oportunidade levar para casa o curimatã e o piau. Os peixes de pequeno porte das águas doces do Salgado enchem a mesa dos moradores pobres das áreas próximas.

Mas a Cachoeira é histórica, remonta o século XVII com os primeiros habitantes da região. Eram os índios Kariris, povos que viverem na região do Araripe. De acordo com historiadores locais, a queda d´água foi um importante centro cerimonial e ritualístico dos indígenas. O empresário Waldery Rodrigues Júnior, ressalta a importância histórica, natural e turística da área.

Ematerce realiza limpeza em açudes
Juazeiro. Uma experiência inovadora para favorecer a qualidade e aumentar a capacidade de acúmulo de água nos reservatórios do Estado está sendo realizada por meio da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce).
José Maria Pimenta, presidente da Ematerce, espera obter mais recursos para ampliar o trabalho em mais cidades do Interior cearense
FOTO: DENISE MUSTAFA

O projeto piloto em 25 açudes do Ceará foi iniciado nas cidades de Piquet Carneiro, Quixeramobim e Madalena, onde as dificuldades com escassez de água estava mais crítica.

O projeto envolveu recursos na ordem de R$ 500 mil. Mas segundo o presidente da Ematerce, José Maria Pimenta, há possibilidade de estender o programa com apoio do governo, em outros municípios cearenses.

Mais recursos

Ele disse que fará a solicitação de recursos, já que a experiência vem sendo bem sucedida nos locais onde houve a limpeza dos reservatórios.
"Temos dois grandes objetivos com esse trabalho. Um deles é possibilitar uma água de melhor qualidade e o outro é o aumento da capacidade dessas áreas" explica.
O presidente da Ematerce afirma que as chuvas dos últimos dias têm deixado os agricultores esperançosos, mesmo com os prejuízos causados com os primeiros cultivos.
Ele lembra das previsões da Funceme, de um inverno abaixo da média histórica, e ressalta a dinâmica da meteorologia.
Com as chuvas até o dia 10 de abril, é esperado que uma nova realidade se desenhe no cenário produtivo da agricultura.
Cerca de 35% da área estimada do Estado, conforme Pimenta, já está com o plantio das sementes distribuídas pelo governo. Além dos 8% de área de replantio, em virtude dos prejuízos causados pelas primeiras terras cultivadas e a estiagem, que não possibilitou o desenvolvimento da lavoura.

Replantio
No Cariri está a maior parte das áreas plantadas, principalmente por ser a região do Estado que apresenta melhor índice de chuvas. Mas, as precipitações continuam mal distribuídas em todo Estado do Ceará.
Trabalhadores rurais do Cariri e Centro-Sul já estão fazendo o replantio de algumas culturas, na esperança de que as precipitações tenham continuidade. Os mais otimistas esperam já tirar a primeira colheita a partir do mês de maio.

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

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LEMBRETE!

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LEMBRETE!


Lembramos / Informamos que, 31/03/2013, é o último domingo do mês, e que o último domingo do mês é dia de reunião do “Ceará de Paz”...
As violências não são naturais, são construções humanas e podem e devem ser desconstruídas...
Omissão é conivência! Faça sua parte!
Há as violências visíveis como as criminais e as não aparentes, como as institucionais, estruturais, culturais...
Tentar, querer combater violências com violência é, no mínimo, um equívoco!
Só começaremos a ter êxitos no combate às violências,
quando dermos início à superação cultural da
separação Sociedade, Estado e governos...
Pensar, conversar, refletir, participar, fazer acontecer no combate as violências é preciso!
Você será Bem-Vindo(a) ao “Ceará de Paz”.
A reunião deste mês será na Colônia Antônio Justa – Sede do Morhan – Maracanaú-CE.

Lady e Da Matta estão fazendo sua parte na luta pela desconstrução da cultura das violências e na construção de uma cultura de paz!
Estiveram na reunião do “Ceará de Paz” do Bandeirantes e estarão na reunião da Colônia Antônio Justa...

Colocar jovens em penitenciárias desumanas, produtoras de extremo ressentimento social dos indivíduos, exemplifica nossa incapacidade e insensibilidade para com a desigualdade que nega oportunidades de desenvolvimento afetivo, psicológico, físico e profissional a milhões de crianças e adolescentes.”
Élcio Batista. Maioridade penal: dislexia do poder (O Povo, 26/02/2013)

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CEARÁ DE PAZ Convite

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CEARÁ DE PAZ

Convite

Convidamos para a reunião do “Ceará de Paz” de março que será na “Colônia Antônio Justa”, em Maracanaú

Divulgue! Participe!

O “Ceará de Paz” é uma articulação de Dom Edmilson, a Coordenação é de Erotilde Honório e Secretaria de Agnor Gurgel.
Quando secretário de Estado no Ceará, Roberto Monteiro era um dos âncoras do “Ceará de Paz”.
Participam, também do “Ceará de Paz”, a Juiza Graça Quental, a Jornalista Fátima Vilinova, o Advogado Mardônio Almeida, a presidente da SOPOEMA Irmã Leides, Cristina Poeta, Cláudia Regina, Profª. Salete, Fernando Evangelista, Vânia Paixão, Janio do PPS, Pastor Sinval...
Você, também, é bem-vindo(a) ao “Ceará de Paz”!

Leidy e Da Matta abrilhantaram a reunião de fevereiro do
Ceará de Paz” no Jardim Bandeirante, e estarão também,
em Março, na Colônia Antônio Justa...

O “Ceará de Paz” é plural, democrático, trabalha a inclusão e a educação/reeducação... O “Ceará de Paz” tem como objetivo, horizonte, filosofia, utopia, meta a desconstrução da cultura das violências e a construção de uma cultura de paz...


Dia: 31/03/2013
Local: Sede do Morhan – Colônia Antônio Justa - Maracanaú
Horário: 14 às 17 horas.

Coragem! Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada”
Darcy Ribeiro (Antropólogo e escritor)
(Transcrito de “É...” – Neno Cavalcante) “Diário do Nordeste” – 15/03/2013
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COLUNA É...

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diário do nordeste
COLUNA
É...
neno@diariodonordeste.com.br
15.03.2013


"Coragem! Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada"


Darcy ribeiro

Antropólogo e escritor, que hoje diria de novo dirigindo-se à presidente Dilma na questão educacional 

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A revolução que não houve

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diário do nordeste
ler
23.03.2013


FERREIRA GULLAR


A revolução que não houve


Chávez intitulou seu regime de "revolução bolivariana", embora não tivesse feito qualquer revolução
Hugo Chávez foi, sem qualquer dúvida, um líder carismático que aliava, em sua atuação, a audácia e a esperteza política. Desde cedo, a ambição de poder determinou suas ações, que o levaram da conspiração nos quartéis às manobras populistas características de seu projeto de governo.
Sempre soube o que deveria fazer. Compreendeu, desde logo, que teria de atender às necessidades de grande parte da população que, ignorada pela oligarquia venezuelana, vivia na miséria.
Ganhar a confiança dessa gente, atendê-la em suas carências, era a providência eticamente correta e, ao mesmo tempo, o caminho certo para tornar-se um líder de imbatível popularidade. Mas, para isso, teria que enfrentar os poderosos e obter o respaldo das forças armadas, às quais, aliás, pertencia. Foi o que fez e ganhou a parada.
Outro traço característico de Hugo Chávez era o pouco respeito às normas democráticas. Se é verdade que ele chegou ao poder pelo voto e pelo voto nele se manteve, é certo também que se valeu do prestígio popular e de alguns erros dos opositores para controlar os diferentes poderes da nação venezuelana, impor sua vontade e consolidar o poder discricionário.
Nesse sentido, o que ocorreu na Venezuela é um exemplo de como o regime democrático, dependendo do nível econômico e cultural da população de um país, pode abrir caminho para um governo autoritário que, dependendo da vontade do líder, anulará a ação política dos adversários, como o fez Hugo Chávez.
Ele não só fechou emissoras de televisão como criou as Milícias Bolivarianas, que, a exemplo da conhecida juventude nazista, inviabilizava pela força as manifestações políticas dos adversários do governo.
Para culminar, fez mudarem a Constituição para tornar possível sua reeleição sem limites. Aliás, é uma característica dos regimes ditos revolucionários não admitir a alternância no poder. Está subentendido que sua presença no governo garante a justiça social com a simples exclusão da classe exploradora e, portanto, como são o povo no poder, não há por que sair dele.
Chávez intitulou seu regime de "revolução bolivariana", embora não tivesse feito qualquer revolução. O que fez, na verdade, foi dar comida e casa aos mais necessitados, o que, ao contrário de levar à revolução, leva à aceitação do regime pelos que poderiam se revoltar. Daí a necessidade de haver um inimigo, que ameace tomar o que eles ganharam. E o líder -Chávez- está ali para defendê-los.
O azar dele foi o câncer que o acometeu e que ele tentou encobrir. Quando já não pôde mais, lançou mão da teoria conspiratória, segundo a qual seu câncer foi obra dos norte-americanos. Como isso ocorreu, nem Nicolás Maduro nem Evo Morales se atrevem a explicar.
De qualquer modo, tinha que se curar e foi tratar-se em Cuba, claro, para que ninguém soubesse da gravidade da doença, que o obrigaria a deixar o governo. Sucede que o câncer não cedeu à onipotência do líder, obrigando-o a ausentar-se da Venezuela e da chefia do governo, por meses seguidos. O povo venezuelano, naturalmente, desejava saber o que se passava com o seu presidente, mas nada lhe era dito.
No entanto, Chávez deveria disputar eleições em 2012 para manter-se no governo e, por isso, voltou à Venezuela dizendo-se curado. Foi reeleito, mas teve que voltar às pressas à UTI em Havana. Daí em diante, mais do que nunca, o sigilo foi total: está vivo? Está morto? Vai voltar? Não vai voltar? Pela primeira vez, alguém governou um país de dentro de uma UTI.
Chega a data em que teria que tomar posse, mas continuava em Cuba. Contra a Constituição, Nicolás Maduro, que ele nomeara seu vice-presidente, assume o governo, embora já não gozasse, de fato, da condição de vice-presidente, já que o mandato do próprio Chávez terminara.
Mas, na Venezuela de hoje, a lei e a lógica não valem. Por isso mesmo, o próprio Tribunal Supremo de Justiça -de maioria chavista, claro- legitimou a fraude, e a farsa prosseguiu até a morte de Chávez; morte essa que ninguém sabe quando, de fato, ocorreu.
Durante o enterro, Nicolás Maduro anunciou que Chávez seria embalsamado e exposto para sempre à visitação pública, como Lênin e Mao Tse-tung. Um líder revolucionário de uma revolução que não houve. Não resta dúvida, estamos em Macondo.
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Fio direto Carapuça

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diário do nordeste
COLUNA
Regina Marshall
marshall@diariodonordeste.com.br
23.03.2013

Fio direto

Carapuça

O ex-ministro do STF, Ayres Brito, disse nunca ter detectado um suposto conluio entre advogados e juízes, fato denunciado pelo presidente da corte, Joaquim Barbosa. O pior cego é aquele que não quer ver. Advogados e magistrados criticaram a fala de Barbosa, considerando-a inconveniente. Na verdade, ele falou de forma genérica, sem a intenção de atingir os ilibados membros do Judiciário. Se alguns deles resolveram colocar a carapuça na cabeça, o problema é deles. Quem não deve, não teme. 

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Drama Secular

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DIÁRIO DO NORDESTE
19/03/13
IDEIAS

Drama Secular

Paulo Maria de Aragão

Sem medir as palavras e sem qualquer cerimônia, um abastado fazendeiro da região central do estado, influente político, jactava-se de sua prosperidade: “A seca continua sendo o melhor negócio, pois ela sempre me rendeu mais do que a chuva”.

Do ponto de vista socioeconômico, vê-se o porquê da inexequibilidade da reforma agrária na região nordestina. As chuvas contrariam o subjugador que explora o incauto sertanejo sob a ótica política e financeira.

Abertura de frentes de serviços, distribuição de alimentos, construção de açudes e outros itens provenientes de recursos públicos são meros paliativos. Muitas vezes, servem mais às propriedades privadas do que às comunidades desassistidas.

Dúvida não há de que já se dispõe das mais sofisticadas tecnologias para pôr termo a esse drama secular. Será que o nordestino, figura nobre, forte e corajosa, nasceu sob a sina do infortúnio, discriminado, vivendo de olhos voltados para o céu a rogar por chuvas?

19 de março é o dia de São José, o padroeiro do Ceará, véspera do solstício, integrado à cultura popular como data da previsão: não chovendo, a seca é quase certa, e se inicia o quadro de horror: o solo fende-se, a tristeza se espalha, começa a retirada, homens, mulheres e crianças ganham as estradas do “progresso” em busca da sobrevivência.

Parece, no entanto, que o quadro apenas sensibiliza o brasileiro nos versos de tristeza e dor, como os descritos em “Asa Branca”, “Último Pau-de-Arara” e “A Triste Partida”, de Patativa do Assaré. As tomadas de tevê e as cenas cinematográficas retratam a desolação de terras queimadas, o pedido de água em volta dos carros-pipa. Os rebanhos
morrem de fome. Os que sobrevivem mal movem suas carcaças. O agricultor depõe a enxada de braços e semblante escarnados. São símbolos da miséria e da seca nordestina que não podem ser vistos como coisa do destino.

É inaceitável o perpetuar desse drama, em que se testemunha a perda de plantações, de empregos, de vida; existências destroçadas alcançam o mais baixo grau da indigência humana – vergonha nacional, em virtude da ação criminosa de muitos.

O mais degradante é que tudo se desenvolve sob o pálio de uma constituição que considera primordiais a cidadania e a dignidade e por ironia, ainda fala na erradicação da pobreza e da marginalidade. Inclusive, cuida de incentivos específicos ao desenvolvimento e à redução das desigualdades nas regiões sujeitas às secas periódicas.

Onde se acha, então, o estado de direito, que deve respeito ao cidadão, sobretudo a obediência aos direitos sociais e coletivos? Não há mais o que se estudar sobre a seca. Trata-se de um fenômeno da natureza, ao qual se deve adequar.

Ao ser humano só não é possível ressuscitar os mortos, transformar a água em vinho e manter a vida sem oxigênio. Há de se reprovar, ao longo do tempo, a incúria e as promessas mal-intencionadas que se fazem ante a boa-fé e a ignorância do povo. No império, Pedro II e, na República, ex-presidentes visitaram, em tempos de inclemência, o Ceará. Prometeram erradicar a tragédia secular mediante a transposição das águas do São Francisco e um programa educativo. Essa iniciativa foi retomada hoje, sem que se chegue a um consenso para sua efetivação.

A seca é e será insolúvel com ações paliativas. O seu problema, como vem sendo tratado, manterá o estágio de pobreza extrema, morrendo pessoas de sede, inanição e epidemias, conquanto os que se dizem humanos se comprazam com a falta de água, benéfica à corrupção e moeda de barganha no processo eleitoral. Manietar os desavisados pelos cordéis da ignorância tem peso considerável e, muitas vezes, é
decisivo na escolha da representação popular.

A miséria nordestina não pode ainda ser tratada como questão de caridade pública, pois, com ela, ocorre a perda da identidade, a reificação do homem, que se conforma com um auxílio, como o “bolsa-família”, para se perpetuar na pobreza e na ociosidade.

Desta sorte, ainda ecoa o baião “Vozes da Seca”, composto por Zé Dantas e Luiz Gonzaga, no início da década de 50. Essa obra desnuda a triste realidade dos nossos sertões: “Seu doutô os nordestino têm muita gratidão/ Pelo auxílio dos sulistas nessa seca do sertão./ Mas doutô uma esmola a um homem que é são/ Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.

(*) Advogado, professor e membro do Conselho Estadual da OAB-CE
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GRITAR É UM DIREITO!

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GRITAR É UM DIREITO!



Há quem grite de alegria, de prazer...
Outros e outras gritam de dores! Dores das torturas, das perseguições, da falta d’água, das violências...
Água e segurança individual e coletiva é um direito de todos e todas é um dever do Estado!
Os agentes estatais e governamentais vêm fazendo a sua parte? Como? Por quê?

19 de março de 2013, às 16h – Jardim Jatobá
SEGUNDO GRITO POR ÁGUA E CONTRA AS VIOLÊNCIAS!
Promoção: MAP

Movimento de Articulação Popular foi idealizado por José Lopes Macedo – Zequinha do Pirambu.

Ninguém ajuda ninguém, a gente se ajuda!
Ninguém luta por ninguém, nós lutamos juntos!
Vamos juntos nos ajudar, vamos juntos lutar!
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"A louca de Deus"

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O POVO
JORNAL DO LEITOR
HOMENAGEM 12/03/2013



EUNÍZIA BARROSO

"A louca de Deus"



Francisco Siqueira de Lima
Presidiário, poeta, escritor e palestrante


Os presos e ex- presidiários, -como eu -ficamos órfãos coma ida da Eunízia Lopes Barroso no dia 5/3/2012 para a Pastoral Carcerária celestial onde já estão dom Aloísio Lorscheider, Pe. Chico Reardon, dona. Zilda Arns e tantos outros que dedicaram suas vidas à causa dos encarcerados e das crianças.
De tantos que estão nesta luta inglória, ninguém dedicou mais amor, sangue e espirito de luta que ela. A conheci pessoalmente em 1987 no Instituto Presídio Prof. Olavo Oliveira I e fiquei perplexo em ver naquela mulher aparentemente frágil, uma força e coragem inerentes somente aos bravos, que nada temam e morrem por uma causa. Quando participávamos de palestras e encontros de discussão sobre o sistema penitenciário, ao ouvir as promessas faraônicas e nunca cumpridas das autoridades, ela costumava dizer: “Sou meio SãoTomé. Só acredito vendo! Nós lutaremos para que surja nessa coisa toda, homens novos.” Juntos criamos o projeto GAAMG-Grupo de Apoio ao Apenado Mahatma Gandhi- que era visto com bons olhos por dom Aloisio, que a chamavam carinhosamente de “minha santinha” e pelo então Pe. Aldo Pagotto que a apelidou de “louca de Deus”. Com os tristes episódios dos sequestros de dom Aloísio e logo após o dela, onde foi baleada, o projeto sucumbiu. Por denunciar excessos cometidos por policiais militares, teve que andar durantes meses sob escolta da Polícia Federal por determinação do Ministério da Justiça e foi proibida de adrentar nos presídios e fazer o que era o seu mister: lutar, denunciar maus tratos, a colher - chegou a abrigar 30 presos em sua casa- sempre colocando Deus como o verdadeiro caminho.
Deus a recrutou mais cedo, mas a sua história de vida e luta está perpetuada na galeria dos herois como Gandhi, luther King e o maior de todos que disse :” Não Existe amor maior do que aquele que dá vida por um amigo” - Jesus Cristo. Sua luta poderá ser igualada, jamais ultrapassada!

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Juízes para a democracia

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opovo/ opinião
ARTIGO 12/03/2013


Juízes para a democracia

A caba de ser inaugurado no Ceará um núcleo da Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade civil com mais de 20 anos de existência, sem interesses corporativos, e que defende uma magistratura indissociavelmente comprometida com a defesa dos direitos humanos, dos valores democráticos e do controle social.
A existência de uma representação formal da AJD no Ceará permitirá que magistrados tomem frente e compartilhem, em caráter institucional, dos desafios e aspirações dos movimentos sociais, evitando que estejam à margem de relevantes temas de interesse coletivo, resguardados sob o manto de uma neutralidade inexistente, como tem ocorrido historicamente no Brasil.
Há pautas prioritárias com as quais a representação do Ceará passará a atuar, como o acompanhamento das atividades da Comissão Nacional da Verdade, especialmente quanto ao exame das relações do Judiciário com o regime militar, e o apoio a propostas de iniciativa popular em relação à reforma política, dentre os quais o financiamento das campanhas eleitorais.
A inauguração do núcleo trará, sem dúvida, um impulso para a promoção dos direitos humanos, notadamente nas áreas de atuação em que o Judiciário tem uma função absolutamente relevante, como é o caso dos direitos de encarcerados, populações indígenas, crianças e adolescentes, mulheres, idosos, além da defesa do direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, ao trabalho digno e à concretização de direitos sociais, como saúde, educação e moradia.
Diante da cobrança crescente por eficiência do Poder Judiciário, parece fundamental que não se perca de vista a relevante dimensão política da magistratura e a contribuição indispensável que pode dar à defesa da dignidade humana e ao fortalecimento do regime democrático. A chegada da AJD ao Ceará deve ser recebida com alento e esperança de novas atitudes e compromissos.

Marcelo Roseno de Oliveira
marceloroseno@yahoo.com.br

Juiz de direito e professor universitário
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Mulher e conquista

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Diário do Nordeste


IDEIAS

08.03.2013 





Mulher e conquista


O preconceito contra a mulher sempre existiu e persiste ainda como a situação da mulher nos países islâmicos, na Índia onde as os casos de estupro atingem índices inaceitáveis, além das atrocidades chamadas de "circuncisão feminina" e, em muitos outros países da Ásia e da sofrida e castigada África. Depois de tanto sofrimento e repressão chegou o momento em que tudo valia pelo grito de liberdade e foi, assim, num protesto por igualdade de direitos com os homens e por redução de horas exaustivas de trabalho, que mais de 130 mulheres foram queimadas vivas dentro de uma fábrica têxtil em Nova York. Suas mortes não foram em vão. A luta continuou mesmo com a selvageria desse ato insano, porque acaba-se uma vida, mas nunca morre um ideal. No Brasil, as primeiras mudanças surgiram no governo Getúlio Vargas em 1932, com a reforma da Constituição que deu à mulher o direito ao voto, igualdade dos direitos trabalhistas e o de concorrer a cargos políticos do executivo e legislativo. Hoje, já temos a lei Maria da Penha que protege mulheres agredidas e maltratadas. Mas as mulheres, principalmente, as que ingressam na política, precisam se distinguir com galhardia e ser diferentes dos corruptos que fazem política nesse país. Dilma tornou-se presidente, mas o que tem feito para mudar esse panorama sombrio de corrupção e desmandos dos seus pares petistas? Cala, e o silêncio não deixa de ser uma forma de aceitação. No dia em que a mulher assumir o seu papel com honradez, bravura, coragem e determinação os corruptos se curvarão, porque a verdade, a transparência e a justiça prevalecerão.

Socorro Magalhãesmédica

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Senador da CIA?

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O povo
Opinião
ARTIGO 08/03/2013



Senador da CIA?


É deveras chocante a atitude assumida pelo senhor embaixador de Cuba, no Brasil. Diante de algumas críticas feitas ao Estado policial cubano, pelo senador Suplicy, esse senhor dirigiu-se, raivosamente, à direção nacional do PT, exigindo que fossem tomadas medidas disciplinares contra esse senador, afirmando que ele estava a serviço da CIA.

Na abordagem que fez ao PT, o representante cubano ameaçou: “Caso não sejam tomadas medidas contra o senador, Cuba poderia rever suas relações com o petismo”. Isso, para além da insolência, caracteriza muito bem a conduta de intolerância absoluta com qualquer posição crítica. Foi justamente essa falta de liberdade política em Cuba, “castrando” o livre debate, que não permitiu surgir novas gerações politicamente formadas e à altura do momento histórico que vivemos.

A falta do livre debate, o trato policial dispensado aos dissidentes, gerou o mais absoluto monolitismo e, como produto disso, o que se vê é aquele país ser comandado, única e exclusivamente, por dois anciãos, e não é isso o que devíamos esperar de um pretendido movimento socialista.

Feitas essas considerações, temos a dizer que conhecemos o senador Eduardo Suplicy, desde a fundação do PT. Tivemos, por ocasião de sua visita à nossa casa, a oportunidade de discutir várias questões políticas. A partir desse contato, demo-nos conta de que o citado senador era uma pessoa dotada da mais profunda honestidade e boa-fé. Deixava patente a sua falta de substância no quesito marxismo, ou melhor, no quesito socialismo científico. Deixava patente também o seu alto grau de ingenuidade, despido, pois, da malícia necessária para nos defendermos das armadilhas que nos são postas, tanto pela burguesia como pelos segmentos de esquerda, de matriz stalinista.

Causa horror, portanto, esse expediente de truculência, levado a cabo tanto pelo aludido embaixador cubano como por militantes possuídos de histerismo raivoso, em assacar contra Suplicy acusações descabidas e completamente injustas.

Gilvan Rocha
gilvanrocha50@yahoo.com.br
Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos
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