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Comida é prioridade

Fonte: Jornal O POVO


ARTIGO 18/01/2014

Comida é prioridade





Mais uma vez os pobres de Fortaleza vão ser penalizados. O Governo Estadual, passando a responsabilidade para a Prefeitura Municipal, anuncia o fechamento do único restaurante popular ainda existente na cidade, a partir de 31 de janeiro. Mais uma virada de pauta nas prioridades da administração. Já falei isso aqui, e continua. O pretexto é: a administração do restaurante deve passar do Estado para a Prefeitura de Fortaleza, mas não há data para a reabertura. Curiosamente, a mesma desculpa de quando foi fechado outro restaurante popular no Centro da Cidade. O governo deve pensar que fornecer comida a preço popular é coisa feia. Privilégio.

Esse restaurante fica em Parangaba. Segundo a imprensa, são servidas 1.400 refeições dia, sobretudo as pessoas idosas.” A procura é tanta que a fila chega a dar volta no quarteirão.” “Não pode acabar esse almoço. Há 11 anos comemos aqui. Muita gente depende desse almoço e por isso faço um apelo às autoridades.” Diz um aposentado que faz refeições. Continua a reportagem: “A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) que mantinha o restaurante não se pronunciou sobre o fechamento do local.” A Prefeitura de Fortaleza, que vai reorganizar o projeto, disse que o processo de repasse ainda está sendo feito e que, por enquanto, não existe nenhum posicionamento. (G1.CE -16.1.14)

Como seria bom se alguns vereadores – dignos representantes do povo – pudessem abraçar essa causa. Ela é justa. Legítima. Humana. Prioridade. Não pode haver descontinuidade. Se parar, vão esquecer. Temos exemplos no passado. O papa Francisco tem insistido nessa perspectiva. Vale lembrá-lo: “Sabe-se que a produção é suficiente e mesmo assim existem milhões de pessoas que sofrem e morrem de fome: isto constitui verdadeiro escândalo. É necessário encontrar modos para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra, não só para evitar que aumente o abismo entre quem mais tem e quem deve se contentar com as migalhas, mas sobretudo por exigência de justiça, de equidade e de respeito por cada ser humano.”

Não tem dinheiro? Ora, quem constrói aquário para turista brincar de bilu-bilu com os peixes ou faz festa de passagem de ano com tantos gastos, não pode se negar a pagar um prato de comida a quem tem fome. Ou então, esse governante não é digno do cargo que ocupa.

Antônio Mourão Cavalcante
a_mourao@hotmail.com
Médico, antropólogo e professor universitário
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