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CASA GRANDE E SENZALA


TENTE VER ALÉM DO DISCURSO E DA APARÊNCIA...

EDUCAÇÃO

CASA GRANDE E SENZALA
 



O Governo do Estado tem veiculado anúncios publicitários tentando colocar o grande público contra os professores. Quanto custa um minuto no horário nobre da TV Globo? Quanto ganha a moça, paga pelo Estado, para enganar milhares de pais e mães aflitos com os filhos fora da escola há mais de 60 dias? Certamente essa peça de publicidade custa bem mais do que o salário de dezenas de professores, que lutam para que seja cumprida a Lei do Piso incidindo sobre a carreira do magistério.

Todos os argumentos do governo para negar o que está garantido em lei federal estão limitados ao orçamento do Estado. Mas o que são os orçamentos públicos se não peças políticas de acomodações de interesses, tendo como peça-chave os lobistas, sujeitos ocultos cuja importância cresce exponencialmente nos anos eleitorais.

Em 2012, teremos eleições municipais. Os mimos prometidos aos prefeitos para garantirem a tal base aliada não estão explícitos nas rubricas dos orçamentos, mas embutidos nas notas fiscais superfaturadas cuja fiscalização está entregue a uma Corte de contas mais do que suspeita.

Abrir o orçamento da Educação para que dele sejam tirados recursos para pagar o que os professores têm de direito é outra falácia, pois as leis orçamentárias são elaboradas no ano anterior ao exercício de sua execução, portanto não havia previsão para a referida despesa.

Assim, atribuir aos professores o papel de identificar os recursos para cumprir uma obrigação que é do Estado é zombar da inteligência alheia e apostar na ingenuidade da plateia.

A lei que exclui mais de 99% dos professores da Lei do Piso é tão imoral que os deputados estaduais tiveram que votá-la numa sessão secreta, pelo menos para as centenas de professores que se encontravam naquela Casa Legislativa. Até os televisores dos corredores foram desligados para que as vítimas não gravassem as caras de seus algozes.

Os educadores foram reprimidos pela tropa de choque, gás de pimenta e puxamento de cabelos. Cena dantesca, uma metáfora da Casa Grande e Senzala, na qual os coronéis decidem a vida de escravos e agregados, os capitães do mato, agora fardados e engalanados, amedrontam, espancam e sangram.

Tal qual os escravos rebeldes, cabe aos professores transformar as salas de aula em quilombos de resistência aos desmandos, à arrogância e à violência dos atuais donos do poder.

Ana Maria de Fátima Afonso Braga
Professora da Escola Adauto Bezerra de Fortaleza 


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