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O DIA EM QUE CAIU A MÁSCARA dos Ferreira Gomes é seus aliados

O DIA EM QUE CAIU A MÁSCARA

dos Ferreira Gomes é seus aliados








 
 
 
 
 
Artigo do Professor Antonio Mourão Cavalcante, no O Povo de hoje, sábado, 7.12. 2012. 
 
PÉS DE BARRO
 
Um governo que constrói maioria absoluta numa Assembleia Legislativa sempre obsequiosa; que tem sustentação num arco partidário chamado de imbatível - capaz até de eleger um poste -; que levanta prédios onde deverão funcionar hospitais, postos de saúde, delegacias de Polícia; que compra as armas mais sofisticadas e os veículos mais luxuosos para a Polícia poderia se acreditar acima do bem e do mal. Que nada lhe aconteceria, pois reinava absoluto. Mas eis que teimosos professores e rebeldes policiais colocaram esse governo de quatro. Foi à lona e até nos questionamos se não houve um grave nocaute.
A grande questão a refletir é exatamente a dimensão política dos episódios em causa. Por que um governo supostamente tão forte é nitidamente tão fraco?

Recordo que os manuais de Ciências Políticas advertem: “quanto mais um poder mostra força, mais fraco ele está”. O exemplo do Ceará é bem ilustrativo. Os pés são de barro. Os assessores insistem, através de seus ventríloquos midiáticos, que foi um episódio isolado, de líderes tresloucados, de uma turba ignara. Bando de irresponsáveis. Aproveitadores infiltrados. Voga tapar o sol com a peneira?
 
Estes acontecimentos exigem do governante que baixe a bola, busque soluções objetivas. Essa sustentação política, patrocinando tantas secretarias, autarquias e cargos a apaniguados, não é sólida. Existe outra realidade. O povo não aceita mais ser “encabestrado”. Por isso, é urgente que outros canais sejam construídos, onde possa ser gestado um novo pacto social. O arbítrio, a prepotência, a arrogância – o tempo dos coronéis biônicos e eletrônicos – fizeram água. Acabou-se. Não dá mais para desconhecer.
 
O povo do Ceará está mostrando mais maturidade do que seus dirigentes. Não dá mais para encobrir com propagandas enganosas. Voga a realidade. A dura realidade enfrentada por todos, no cotidiano. Há que sair dos palácios e dos canapés festivos dos chalaças. E, descobrir na rua, o que significa o clamor desse povo. Fora disso vira desatino. Feliz ano novo, governador.

Antonio Mourão Cavalcante

a_mourao@hotmail.com
Médico, antropólogo e professor universitário


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