FONTE:
DIÁRIO DO NORDESTE
cADERNO 3
COLUNA
Ferreira Gullar
reporter2@diariodonordeste.com.br
24.11.2013
Piadas de salão
E agora, como ficam Lula e seu partido? O processo do
mensalão chegou ao final, com a condenação dos responsáveis pela falcatrua
levada a cabo por destacados membros do governo Lula e do PT: José Dirceu,
ex-ministro da Casa Civil da Presidência; José Genoino, então presidente do
Partido dos Trabalhadores; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, e João
Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados.
Isso sem falar em Marcos Valério, operador do sistema, e um alto funcionário do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que entregou R$ 73 milhões ao PT para a compra de deputados. A pergunta é como ficam Lula, seu partido e o governo petista agora, diante da nação.
Isso sem falar em Marcos Valério, operador do sistema, e um alto funcionário do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que entregou R$ 73 milhões ao PT para a compra de deputados. A pergunta é como ficam Lula, seu partido e o governo petista agora, diante da nação.
Vou referir-me aqui a determinados fatos, de que o leitor
talvez não se lembre, mas o ajudarão a entender como nasceu o mensalão. Os
fatos são estes: quando Lula foi eleito presidente da República, José Dirceu
disse-lhe que o PMDB estava disposto a apoiar seu governo, mas Lula não quis.
Sabem por quê? Porque o PMDB, com o peso que tinha no
Congresso, iria exigir dele ministérios e a direção de empresas estatais.
Preferia aliar-se a partidos pequenos que, em lugar de altos cargos, se
contentariam como muito menos. E assim foi: em vez de ministérios ou empresas
estatais, deu-lhes dinheiro. Falando claro, comprou-os com dinheiro público.
Não tenho dúvidas de que Lula não sujou suas mãos nessa tarefa. Encarregou disso, conforme ficou evidente na apuração processual, seu ministro José Dirceu, que, como disse o Procurador Geral da República, na época, era o chefe da quadrilha. E dela faziam parte, entre outros, além de Marco Valério e o presidente do PT na época, José Genoino, o diretor da marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, companheiro de partido.
Não tenho dúvidas de que Lula não sujou suas mãos nessa tarefa. Encarregou disso, conforme ficou evidente na apuração processual, seu ministro José Dirceu, que, como disse o Procurador Geral da República, na época, era o chefe da quadrilha. E dela faziam parte, entre outros, além de Marco Valério e o presidente do PT na época, José Genoino, o diretor da marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, companheiro de partido.
A compra de deputados veio a público porque o então
presidente do PTB, Roberto Jefferson, negou-se a aceitar dinheiro em troca do
apoio ao governo: queria a direção de Furnas, mas José Dirceu disse não. Esse
conflito entre os dois chegou a tal ponto que ele foi à imprensa e denunciou o
que o governo fazia para ter apoio dos partidos de sua base parlamentar:
comprava-os. Era o mensalão que vinha à tona.
Lula, pego de surpresa, declarou: "Fui traído". Ou seja, admitiu que a denúncia era verdadeira, mas ele ignorava a falcatrua. Isso ele disse naquela hora, para se safar, porque, pouco depois, refeito do susto, passou a afirmar que era tudo mentira, nunca houve mensalão nenhum. Sucede que, durante sete anos, a Justiça, por meio do exame de documentos, interrogatório e testemunhos, apurou o que realmente aconteceu e definiu o papel de cada um nesse grave crime.
Lula, pego de surpresa, declarou: "Fui traído". Ou seja, admitiu que a denúncia era verdadeira, mas ele ignorava a falcatrua. Isso ele disse naquela hora, para se safar, porque, pouco depois, refeito do susto, passou a afirmar que era tudo mentira, nunca houve mensalão nenhum. Sucede que, durante sete anos, a Justiça, por meio do exame de documentos, interrogatório e testemunhos, apurou o que realmente aconteceu e definiu o papel de cada um nesse grave crime.
O escândalo, ao eclodir, quase acaba com o PT e o governo
Lula. Os membros, efetivamente comprometidos com a ética, deixaram o partido, e
Lula, ao que tudo indica, chamou os executores do mensalão e os fez se deixarem
acusar sem contar a verdade. Delúbio assumiu sozinho a culpa por tudo, disse
que Lula não sabia de nada. Isso, mesmo estando todos os domingos com ele, na
Granja do Torto, fazendo churrasco.
A verdade é que, embora eles pensassem que tudo ia acabar como piada de salão, não foi isso que aconteceu. Rompendo com a tradição de impunidade, que sempre favoreceu aos poderosos, o Supremo Tribunal Federal, num julgamento que foi realizado à vista da nação inteira, decidiu pela condenação e prisão de todos os que comprovadamente participaram da operação criminosa, cujo objetivo era dar apoio político ao presidente Lula.
A verdade é que, embora eles pensassem que tudo ia acabar como piada de salão, não foi isso que aconteceu. Rompendo com a tradição de impunidade, que sempre favoreceu aos poderosos, o Supremo Tribunal Federal, num julgamento que foi realizado à vista da nação inteira, decidiu pela condenação e prisão de todos os que comprovadamente participaram da operação criminosa, cujo objetivo era dar apoio político ao presidente Lula.
Em consequência dessa decisão, José Dirceu, José Genoino,
João Paulo Cunha e Delúbio Soares, entre outros, irão pagar na cadeia pelo
crime que cometeram.
Condenados pela Suprema Corte da Justiça, num julgamento em
que todos os ministros manifestaram suas opiniões e votaram conforme sua
consciência, não tem cabimento dizer que se trata de um julgamento político.
Não obstante, Dirceu e Genoino se fazem de vítima e se dizem "presos
políticos". Para isso, seria preciso que o atual governo fosse uma
ditadura e que Dilma é que tivesse mandado prendê-los. Isso, sim, é piada de
salão.
Soube que, ao sair a ordem de prisão, Lula telefonou para
Dirceu e Genoino e lhes disse: "Estamos juntos!". Só que os dois
estão em cana e ele, solto. Outra piada.
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