LEIA!
REFLITA!
Política
é coisa séria
Quando alguém diz que o Brasil não é um país sério, o que se deve
entender por isso? Quem é o país? Eu, você, nós, eles? Não somos sérios?
Você é único sério dentre tantos outros?
Acorda,
gente, que o campo da política é uma correlação de forças sem igual. A
política exige de nós uma presença perene. Afastar-nos desse locus
privilegiado, satanizá-lo, só ajudará a perpetuar tudo o que estamos
acostumados a criticar e negar. Ficar parado, acusando, jamais surtirá
efeito. Nada que passe pelo interesse coletivo pode ser resolvido fora
do campo da política. Tratar da política como um mal em si só nos
idiotiza e atrofia: alija-nos do processo, de sermos protagonistas de
nossas vidas e de nossos destinos.
O caminho percorrido pode
ser outro. Ao invés de renúncia, é necessário compreender que somos
responsáveis pela política do nosso tempo. Ela é alimentada pela nossa
capacidade de nos indignarmos, pelas lutas, pelas rupturas, pelas
mudanças, pela mobilização social e por movimentos organizados. Não, não
é fácil mas tampouco é impossível.
Ainda que pareça
inverossímil, é a nossa capacidade de aceitar ou recusar que fatalmente
mudará o curso da história. Querendo ou não somos protagonistas, mesmo
que ainda estejamos engatinhando nessa tal democracia, pela qual muitos
deram suas vidas para que pudéssemos exercê-la plenamente. Não raro
deparamos-nos com discursos demagógicos, conservadores e fatalistas,
dando conta de que o que está posto é intocável, imutável. Ledo engano,
deliberado equívoco, feito sob medida para ludibriar aqueles que assumem
essa “total descrença na política e nos políticos” como uma verdade
inabalável.
É necessário o exercício de diálogo, da
interpretação, do entendimento, do salto do senso comum à acuidade
crítica, da práxis, da investigação. Apontar ‘culpados’ e sobre eles
depositar o peso de todos os males é uma saída demasiado estreita e
limitada. Distanciar-se da política, ignorar seus desafios e
possibilidades, desistir sem sequer tentar não levará a outro resultado
que não o aprofundamento de nossos problemas.
Paremos de
tratar o que é nosso como se fosse de responsabilidade do outro. Se não
somos um país sério (e se isso é de todo ruim), a responsabilidade é,
sobretudo, nossa. Precisamos entender que é preciso participar
efetivamente e que temos muito, muito a caminhar. Entrar nesse embate,
propor ao invés de apenas criticar, construir ao invés de apenas
renegar. Nunca esquecer de que essa luta depende de nós!
O
POVO
CIDADANIA
09/07/2012
Samia Helena
Pedagoga, mestre em Educação (UFC) e assessora parlamentar da Câmara dos Deputados
Tente vê além do
discurso e da aparência...
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– Pinheiro
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