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E se todos fôssemos políticos?




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E se todos fôssemos políticos?





"É preciso criar espaços democráticos nos quais o povo possa decidir de fato o que deve ser feito"

O que está faltando pensar em Fortaleza? Eu lembraria das pessoas que estão cansadas dessa política, dos cidadãos que cansaram de fazer papel de bobo. Eu pensaria no que há de possibilidade para renovar a política. Eu iria falar da democracia digital. Quantos de nós queremos que os políticos façam o que foram pagos para fazer?



Um bom exemplo é a Assembleia Legislativa do Ceará. Desde 1988, deram entrada oito projetos de iniciativa popular na Assembleia. Oito tentativas populares de participar do jogo político que não foram levadas a sério, mal foram vistas e estão esquecidas no labirinto processual da Assembleia. Em momento algum ouvi qualquer candidato se referir a uma renovação nas regras do jogo político. Talvez porque isso não dê voto ou não interesse, o que é um grande engano, pois boa parte da população está cansada da estrutura política atual.

Mais do que andar de bicicleta, ônibus sanfonado (o que já foi tentado aqui e não deu certo porque as ruas são muito estreitas), postos de saúde teoricamente perfeitos, uma avenida que ligue o Centro ao mar (o que já existe, avenida Dom Manuel, rua Guilherme Rocha, avenida Santos Dumont etc); mais que policiais militares ou guardas municipais armados para nos vasculhar na volta do trabalho ou qualquer invenção eleitoreira bizarra que uma assessoria despreparada fez de última hora, é preciso criar espaços democráticos nos quais o povo possa decidir e ter de fato poder de escolher o que deve ser feito, onde e como.

Na antiga praça grega, a política era resolvida por voto direto dos cidadãos. Depois passou a ser delegada a representantes da população. E hoje? Esses modelos não servem mais e eu não ouvi nenhuma proposta coerente de gestão mais participativa, mais aberta e que permita que o Seu Geraldo da bodega possa dizer onde devem ser aplicados os recursos que ele paga para melhorar a cidade. Quem estiver lendo esse artigo pode querer me perguntar: mas e o orçamento participativo?

Na política existe um truque: criar portas feitas para não serem atravessadas. Esse é o caso do orçamento participativo. Ele existe para que os políticos possam dizer que deram a oportunidade a nós de participarmos do processo. Para onde vai o dinheiro do imposto que damos ao município? Para um Jardim Japonês que já está virando um “elefante branco”, para um Hospital da Mulher que já está defasado e superlotado, para uma festa de ano novo com direito a front stage para o grupo ligado à gestão? (Pode isso Ministério Público?)

Jardins, hospitais e shows são importantes para a cidade, mas nós, que pagamos as contas, fomos perguntados se queríamos isso? O Seu Geraldo da bodega não teve acesso a nada, mas continua pagando a conta. Uma alternativa é a democracia digital. Hoje, cada vez mais as pessoas têm acesso à internet. Por que não permitir que a população decida onde, como, e quando devem ser gastos os seus impostos?


Pedro Mourão
pjmourao_cs@hotmail.com

Mestre em Sociologia, pesquisador e professor

O POVO
08/09/2012





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