GUILHERME FIUZA
REVISTA ÉPOCA: 27 de maio de 2013
Já para o armário !
A causa gay,
como todo mundo sabe, virou um grande mercado comercial e eleitoral. Hoje,
qualquer político, empresário ou vendedor de qualquer coisa tem orgulho gay
desde criancinha. Se você quer parecer legal perante seu grupo ou seu público,
defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Você ganhará imediatamente a
aura do libertário, do justiceiro moderno. Você é do bem. Em nome dessa bondade
de resultados, o Brasil acaba de assistir a um dos atos mais autoritários dos
últimos tempos. Se é que o Brasil notou o fato, em meio aos confetes e
serpentinas do proselitismo pansexual.
O Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. Só que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.
Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça é o super-herói social. Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para "dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer". O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.
O Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. Só que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.
Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça é o super-herói social. Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para "dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer". O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.
Justiceiro,
Joaquim liberou o casamento gay na marra e correu para o abraço. Viva o herói
progressista! Se a decisão de proveta for mantida, o jeito será rezar para que
o CNJ seja sempre bonzinho e não acorde um dia mal-humorado, com
vontade de inventar uma lei que proíba jornalistas de criticar suas decisões.
Se o que o povo quer" pode ser feito no grito, o que o povo não quiser
também pode. O Brasil já cansou de apanhar do autoritarismo, mas não aprende.
E lá vai
Joaquim, o redentor, fazendo justiça com as próprias cordas vocais. Numa
palestra para estudantes de Direito, declarou que os partidos políticos
brasileiros são "de mentirinha". Uma declaração absolutamente
irresponsável para a autoridade máxima do Poder Judiciário, que a
platéia progressista aplaude ruidosamente.
Se os
partidos não cumprem programas e ideias claras, raciocinam os bonzinhos,
pedrada neles. Por que então não dizer também que o Brasil tem uma Justiça
"de mentirinha"? Juízes despreparados, omissos e corruptos é que não
faltam. Quantos políticos criminosos militam tranquilamente nos partidos
"de mentirinha", porque a justiça não fez seu papel? A democracia
representativa é baseada em partidos políticos. Com todas as suas perversões e
são muitas -, eles garantem seu funcionamento. E também legitimam a ação de
gente séria que cumpre programas e ideias, pois, se fosse tudo de mentira, um
chavista mais esperto já teria mandado embrulhar o pacote todo para presente,
com Joaquim e tudo.
A resolução
do CNJ sobre o casamento entre homossexuais é uma aberração, um
atropelo as instituições pelo arrastão politicamente correto. A defesa da causa
gay está ultrapassando a importante conquista de direitos civis para virar
circo, explorado pelos espertos. Um jogador de basquete americano anuncia que é
homossexual, e isso se torna um espetáculo mundial, um frisson planetário. Como
assim? A esta altura? A relação estável entre parceiros do mesmo sexo já não é
aceita na maior parte do Ocidente? Por que, então, a decisão do jogador é uma
bomba? Simples: a panfletagem pró-gay virou um tiro certo.
O presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, dá declaração solene até sobre a opção sexual
dos escoteiros. Talvez, um dia, os gays percebam que foram usados
demagogicamente, por um presidente com sustentação política precária, que quer
se safar como herói canastrão das minorias.
Ser gay não
é orgulho nem vergonha, não é ideologia nem espetáculo, não é chique nem brega.
Não é revanche.
Não é
moderno. Não é moda. É apenas humano.
A luta contra o preconceito precisa ser
urgentemente tirada das mãos dos mercadores da bondade. Eles semeiam,
sorridentes, a intolerância e o autoritarismo. Já para o armário!
0 comentários:
Postar um comentário