O POVO
Artigo
05/05/2012
Reflexões em torno da
corrupção
Eu não gostaria de acrescentar nada ao longo
rosário de denúncias. Nem aumentar lamúrias aos queixumes e ladainhas
diários... Aliás, com quem eu converso o sentimento é igual. Estamos exaustos
de tantas falcatruas. Por isso, as reflexões que procuro desenvolver abaixo
visam mais à busca de alternativas e de soluções. Uma compreensão mais larga e
completa da situação.
Primeiro. Esse jeitinho malandro de resolver as
coisas não começou agora. A improvisação, fruto da criatividade, é algo de
sensacional da cultura brasileira. Sabemos enfrentar as adversidades de forma
original. Transformamos pneus velhos em lixeira. Que belo! O problema é quando
a improvisação vira esperteza de uns, querendo ludibriar a todos.
Segundo. Educação não consiste apenas em aprender a
fazer contas ou ler um texto e saber interpretá-lo. Ter aulas de Geografia,
Física ou Biologia. Aperfeiçoar-se em mestrados ou doutorados high tech.
Precisamos falar em valores. Na Ética que não se aprende nos bancos escolares,
mas numa longa trajetória de respeito à vida.
Terceiro. Não adianta absolutamente nada colocar
ladrão na cadeia, com ou sem colarinho. Isso custa muito caro ao Estado e não
reeduca em nada. A providência mais justa seria retomar tudo aquilo que o
“distinto” surrupiou do Governo. Pegar os bens que ele possui e colocar,
imediatamente, em leilão. Em seguida, solta o cara para que ele possa roubar
mais.
Quarto. A Justiça precisa ser mais ágil. Os
processos precisam andar com mais rapidez.
Sobretudo, menos burocracia, menos formalismos. O que significa: menos assinaturas e carimbos. Diminuição da redundância processual.
Sobretudo, menos burocracia, menos formalismos. O que significa: menos assinaturas e carimbos. Diminuição da redundância processual.
Quinto. Quanto maior a responsabilidade social,
maior deve ser a fiscalização. Menor a chance de absolvição. Além da
responsabilidade social, aquele que se ocupa da coisa pública tem também o ônus
da pedagogia. Ele pode e deve ser o exemplo. Parecer e ser.
Não adianta apenas estar se lastimando. A discussão
deve ganhar a preocupação de todos. Uma sociedade democrática se constrói no
consenso.
Antonio
Mourão Cavalcante
a_mourao@hotmail.com
Médico,
antropólogo e professor universitário
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