EUGÊNIO BUCCI
A prudência de “Dilma, la fuerte”
O apelido vai pegar. A política não é bem uma “guerra das estrelas”, mas, hoje, ela tem a força
O diário espanhol El País chamou a presidente brasileira de “a
forte”. Em tom de aplauso. O novo apelido apareceu com destaque na
edição de domingo passado, na chamada para uma longa entrevista. Dilma
não deixa por menos. Logo de cara, condena o receituário de aperto com
que o FMI castiga a Europa. O resultado será uma “recessão brutal”. E
prossegue: “Nós já vivemos isso (no Brasil). O FMI nos impôs um
processo que chamaram de ajuste, e que agora chamam de austeridade.
Tínhamos de cortar todos os gastos e investimentos. (...) Esse modelo
levou à quebra de quase toda a América Latina nos anos 1980. As
políticas de ajustes, por si mesmas, não resolvem nada”.
O entrevistador se encanta: “Ela fala com convicção, fazendo gestos
expressivos, indicando o caminho a seguir. É todo o seu corpo que
protesta contra o que está passando do outro lado do Atlântico. Penso
que, se já não houvesse na história uma Dama de Ferro (foi com esse título que a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher ganhou celebridade),
talvez alguém quisesse conferir esse título a Dilma”. A partir daí,
lembrando que a imprensa internacional considera a presidente brasileira
uma das três mulheres mais poderosas do mundo – superada apenas por
Angela Merkel, da Alemanha, e por Hillary Clinton, a secretária de
Estado americana –, o jornalista a batiza: La fuerte.
ÉPOCA- 26/11/12
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