O preconceito de cor não tira dia de descanso
Nós, brasileiros, não temos preconceito de raça, mas de cor. Cotas deveriam ser para “pretos” e “pardos”
Não há raça no Brasil e, portanto, não há racismo. No Brasil, há cor e
preconceito de cor. Oficialmente nós, brasileiros, somos classificados
entre “brancos”, “pretos”, “pardos”, “índios” e “amarelos”. O IBGE
pergunta com essas palavras em suas pesquisas. É o que está escrito em
nossa certidão de nascimento. A classificação oficial não é assim à toa.
Foi debatida, criticada, defendida e aperfeiçoada por décadas. Mudanças
importantes ocorreram. Já houve o tempo em que “pardo” não era “pardo”,
era “amarelo”.
Ela revela sobre nós, brasileiros, que, diferentemente do que acontece
nos Estados Unidos, não nos vemos como raça, mas como cor. O que importa
aqui é a cor de pele. Em que pese o esforço do movimento negro para
reunir cores diferentes sob a denominação única de “negro”, não é assim
que os brasileiros se veem. O Brasil não é EUA. Aqui existe o “preto
que, de tão preto, é azul”, existe o “preto desbotado”, existe o
“moreno” (que não é “preto”), existe o “sarará” e existem muitas outras
cores. Nós, brasileiros, vemos inúmeras variações entre os dois
extremos, entre o “branco” e o “preto”.
É difícil para uma sociedade admitir que ela é preconceituosa. E o
Brasil é. Há, no Brasil, preconceito de cor contra “pardos” e “pretos”.
Admitir isso é o mesmo que se olhar no espelho e ver um pequeno defeito
no rosto, algo que venha a ferir sua autoestima por lhe fazer menos
bonito do que você imaginava ser. Somos, como sociedade, menos bonitos
do que imaginávamos, porque criamos barreira para “pardos” e “pretos”
baseada em sua cor de pele.
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