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Governo investe em jornais fictícios

Nacional

Denúncia/ 12.11.2012
Diário do Nordeste

Governo investe em jornais fictícios

 As cinco publicações beneficiadas inexistem em bancas, não foram cadastradas e são desconhecidas
Brasília. A Presidência da República gastou R$ 135,6 mil para fazer publicidade oficial em cinco jornais de São Paulo que não existem. As publicações fictícias são vinculadas à Laujar Empresa Jornalística S/C Ltda, com sede registrada num imóvel fechado e vazio, em São Bernardo do Campo (SP). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O líder do PPS na Câmara dos Deputados disse que o PT criou o PIF - Partido da Imprensa Fantasma - ao destinar dinheiro a empresas inexistentes FOTO: AG. CÂMARA

Essa empresa aparece em 11º lugar num ranking de 1.132 empresas que, desde o início do governo Dilma Rousseff, receberam recursos públicos da Presidência para veicular propaganda do governo em diários impressos. Embora esteja à frente de empresas responsáveis por publicações de ampla circulação, como o gaúcho "Zero Hora" e o carioca "O Dia", a Laujar não publica nenhum jornal.

Os cinco títulos da empresa beneficiados pela Presidência inexistem em bancas do ABC Paulista, onde supostamente são editados, não são cadastrados em nenhum sindicato de nenhuma categoria do universo editorial e são completamente desconhecidos de jornalistas e jornaleiros da região.

Também não aparecem em cadastros municipais de jornais aptos a fazer publicidade de prefeituras. Além disso, exemplares enviados à Presidência como provas de que as publicações existem contêm sinais de serem forjados.

A Laujar mandou as supostas edições do dia 15 de março do ano passado do "Jornal do ABC Paulista", "O Dia de Guarulhos", "Gazeta de Osasco", "Diário de Cubatão" e ´O Paulistano".

Todas elas têm os mesmos textos - a única diferença é o nome da publicação. Uma das "reportagens" apresentadas contém declarações do então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, dadas no próprio dia 15. O que torna impossível a impressão ter ocorrido na data informada.

Na verdade, o texto é uma cópia de uma nota publicada no site da Folha na tarde daquele dia. As impressões têm também um suposto anúncio de meia página da Unimed. A empresa de planos de saúde, no entanto, informou que nunca fez publicidade em nenhum dos "jornais" da empresa Laujar.

Também há registros de pagamentos efetuados pela Caixa Econômica Federal à empresa, mas os valores não foram divulgados pelo banco federal.

Investigação
O PPS vai enviar um requerimento de informações à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para saber quais os critérios para a liberação de verba para publicações jornalísticas no País.

"Com tanta perseguição contra a mídia por causa do mensalão, o governo do PT acaba de criar o PIF, Partido da Imprensa Fantasma", disse o líder do PPS, Rubens Bueno.

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