ARTIGO 06/06/2013
Autoridade ou
autoritarismo?
Fui um dos duros críticos da greve da Polícia Militar, que aterrorizou
Fortaleza em fins de 2011, início de 2012. Primeiro, porque,
constitucionalmente, militar é proibido de fazer greve; depois houve o
agravante de ser um movimento armado.
Se a PM quer continuar como força
auxiliar do Exército, que seus integrantes se submetam ao regulamento militar.
Mas querem um coisa sem a outra. A cada vez que se propõe emenda constitucional
para juntar as polícias em uma única força, civil, a corporação se une em grita
generalizada para manter o status quo.
A propósito, a PM, entre as categorias
de trabalhadores, parece ser a única que apresenta apenas reivindicações
corporativas. Os professores, quando se manifestam, têm propostas para melhorar
a educação; os bancários reivindicam melhorias para os clientes (como o
Estatuto da Segurança Bancária, aprovado na Câmara dos Vereadores), e assim por
diante. E os policiais, qual a proposta deles para melhorar a segurança
pública?
Assim, não cabe criticar as medidas que
o governo do Estado vem tomando para desarticular uma possível nova greve na
PM. Porém, desenvolver medidas preventivas, exigir respeito à hierarquia, é
diferente de promover caça às bruxas.
O que vem acontecendo com o major PM
Plauto de Lima é uma indignidade. De auxiliar do governo (trabalhou na
Secretaria da Segurança no primeiro governo Cid e foi diretor do IPPOO II,
neste segundo), de repente foi reclassificado como inimigo, ou talvez pior, a
se levar em conta as medidas tomadas contra ele.
Primeiro, foi afastado, sem explicação, do comando da Guarda Municipal.
Agora, abriram contra ele um Inquérito Policial Militar, “com o objetivo de
apurar possível indício de crime militar em matéria impressa publicada em
1º/06/2013, no jornal O POVO”, quando Plauto declarou ter sido “convidado” a se transferir para Juazeiro.
Seria apenas ridículo, não fosse o ranço
autoritário e a demonstração de que, em matéria de segurança pública, o governo
se demonstra completamente perdido.
Plínio
Bortolotti
plinio@opovo.com.br
Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO
Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO
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