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Segurança para todos


Segurança para todos
Publicado: 15-06-2013


Sendo três mil pessoas (como avaliou a Polícia Militar) ou 10 mil (como registrou a organização do ato), sem sombra de dúvida, o movimento Fortaleza Apavorada atingiu o seu objetivo, ao promover mobilização bastante representativa do descontentamento da população com a precariedade da segurança pública no Ceará.
Não é sempre que um movimento, surgido há tão pouco tempo nas redes sociais, consegue reunir número tão expressivo de pessoas para uma passeata reivindicatória, como se viu na quinta-feira. É sintomático que um grupo de mulheres de classe média “apavoradas” com a violência que lhes bate à porta – e agindo fora das organizações políticas tradicionais (partidos, sindicatos ou ONGs) -, tenha alcançado tal feito: o movimento conseguiu extravasar o mal-estar generalizado que hoje atinge a todos, ricos e pobres.
E isso, mesmo após o “alerta” do Governo do Estado de que poderia haver uma “milícia” infiltrada no movimento, um ataque direto à organização do evento, com o intuito de desestabilizar seus integrantes. No entanto, o que se viu foi uma manifestação pacífica, com a participação de jovens, velhos, crianças e famílias inteiras.
O caso mostra que a situação da segurança pública em Fortaleza chegou a uma situação insustentável, exigindo resposta rápida das autoridades. A cidade tem hoje um dos mais altos índices de assassinatos do País: são 65 homicídios por 100 mil habitantes; São Paulo (a maior cidade da América Latina) registra 13 homicídios por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera “tolerável” a taxa de 10 homicídios por 100 mil habitantes. Acima disso, classifica a situação como “epidêmica”.
Isso sem contar os assaltos, que se tornaram rotina para quem ousa sair às ruas (a qualquer hora do dia ou da noite) ou mesmo para aqueles que estão em casa ou no trabalho. Ninguém, em nenhum lugar, se sente seguro.
Normalmente, a classe média consegue se se proteger, pagando por serviços, nas áreas em que o estado é ineficiente, como é o caso da educação e da saúde. Na segurança, como se vê, muros altos, cercas elétricas, carros blindados e segurança privada estão se mostrando inócuos. Seria promissor, portanto, se todos percebessem que, em segurança pública (e na maioria de outros casos) ou ela existe igualmente para todos ou ninguém se sentirá tranquilo.
(O POVO / Editorial)



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