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Maioria dos estupros ocorrem no caminho de ida ou volta do trabalho

RIO 07/06/2013
Maioria dos estupros ocorrem no caminho de ida ou volta do trabalho

Dados preliminares apontam que houve ao menos 1.822 estupros no Rio em 2013. O caminho de ida e volta para o trabalho é local de maior risco

É no caminho de ida ou de volta do trabalho que ocorre a maioria de estupros de mulheres na cidade do Rio. Normalmente em vias públicas, os casos, que podem ser considerados acidentes de trabalho, aumentaram entre 2011 e 2012, segundo dados divulgados ontem pela gerência do Programa de Saúde da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com levantamento feito com base nos prontuários das pessoas atendidas pelo Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães, o número de mulheres vítimas de violência com mais de 10 anos na unidade passou de 818 para 1.751, entre 2011 e 2012. Do total de casos nos dois anos, os estupros saltaram de 54% (504) para 83% (908) dos atendimentos.

Durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a assistente social Marcia Soares Vieira, que apresentou o levantamento, disse que os ataques a mulheres que estão indo ou vindo do trabalho e em vias públicas ocorrem tarde da noite ou de manhã cedo. De 2011 para 2012, os ataques nesses espaços saltaram de 57 para 129, aumento de 126,3%. Este ano, até maio, foram 19.

De acordo com Marcia, além de estupros em meios de transporte como vans, começa a preocupar os casos denunciados em banheiros químicos. A assistente social alerta que as mulheres são atacadas quando estão entrando na cabine ou são arrastadas para lá. “É um novo local que tem [nos] surpreendido. A Polícia Militar, na Lapa, tem de ficar atenta”, disse.

Marcia explicou que estupros a caminho do trabalho, na saída ou no local são acidentes de trabalho e precisam ser notificados ao Poder Público. Nestes casos, as mulheres têm direito a estabilidade noemprego e benefícios previdenciários e de saúde. “Essas mulheres podem surtar, descompensar, adoecer e deixar de trabalhar, a faltar. Mas não podem ser demitidas”, explica.

Durante a audiência pública na Alerj, a chefe da Polícia Civil do Rio, a delegada Martha Rocha, disse que vários fatores explicam o aumento de casos de estupro no estado, de 23,8% (ou 1.158 vítimas a mais), entre 2011 e 2012. Entre eles, o aumento do número de denúncias e a lei mais abrangente. “Hoje o estupro vai do beijo roubado a conjunção carnal”, disse.

Em 2013, segundo dados preliminares, até o fim de abril, pelo menos 1.822 pessoas foram estupradas no Rio. (da Agência Brasil)


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