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Toque de recolher?

FONTE: O POVO
OPINIÃO
VIOLÊNCIA 29/08/2013


Toque de recolher?


"No Ceará, terra do cabra da peste que a tudo enfrenta e que não arrefece não se pode cogitar toque de recolher

Uma crescente onda de violência vem assustando o cidadão brasileiro. O que mais nos preocupa que envolve a ineficiência quase total das políticas de segurança é a falta de atitudes determinantes para solucioná-la. Sabemos não ser fácil combatê-la - pelas variadas causas que a promovem, muitas das quais exigem ações cujos resultados são de longo prazo -, mas é preciso promover ações que possam amenizar esse quadro que há tempo se configura insustentável para o brasileiro, vítima da bandidagem que lhe subtrai o patrimônio material e até a vida. 
 Não se pode aceitar essa subtração como se fosse fatalidade contra a qual não temos como lutar. Se os instrumentos de que dispomos são insuficientes, precisamos ampliá-los; e se ainda não os temos, precisamos construí-los. Não podemos adiar essas ações sob pena de pagar ainda mais caro pelas atitudes preventivas que não foram adotadas no passado.
Foi a consciência dos fatores que geram o aumento da violência no País aliada a sensação de insegurança que sequestra e sitia até o Interior que instigou os lojistas a agirem. Atendendo à solicitação deles, eu, no papel de presidente da FCDL-CE, articulei, em parceria com o Freitas Cordeiro, presidente da CDL-For, um encontro com as mais importantes entidades da indústria, do comércio e dos serviços em nosso estado. Cerca de 17 presidentes dessas entidades se fizeram presentes a esse encontro, todos movidos pelo objetivo de sugerir ações efetivas para a redução dos índices de violência, como o investimento no desenvolvimento humano que deveria ter sido, desde o princípio, foco principal das políticas públicas de segurança.
Construímos com árduo trabalho os nossos negócios e matamos um leão por dia para mantê-los frente aos muitos desafios que já são inerentes a nossas áreas de atuação. Não é tolerável que a estes desafios seja acrescentada essa ameaça crescente que prejudica setores contribuem de forma decisiva para a geração de emprego e renda. Nnossa intenção é a de somar esforços aos que o poder público já faz, dando sugestões que o torne mais eficiente para os cearenses, que mantêm nossos negócios e que não podem viver acossados por uma onda de violência que não tem retrocedido com as ações até agora impetradas.
Nossa intenção é sugerir às autoridades governamentais intervenções inovadoras em uma visão holística que torne o homem o principal elemento de transformação para o combate à violência. Nosso propósito é firme e imutável: queremos o direito à segurança, mas não vamos somente exigi-lo, vamos, também, contribuir para a solução.
No Ceará, terra do cabra da peste que a tudo enfrenta e que não arrefece não se pode cogitar toque de recolher. A sociedade civil organizada, o poder público, as lideranças classistas e o cidadão de bem é que deverão ditar as regras para que as famílias possam gozar de tranquilidade. Assim será, pois a união, todas as vezes que se fez, trouxe consigo a força das realizações.

Honório Pinheiro
Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE) e articulista mensal

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